O presidente Jair Bolsonaro quer dar porrada. Calar a
imprensa com um gancho de direita. Conquistar respeitabilidade aplicando um
mata-leão. Resolver seus assuntos no braço. Ameaçar e insultar jornalistas para
fugir de temas indigestos e proteger a mulher Michelle, que recebeu um depósito
bancário de R$ 89 mil de Fabrício Queiroz. Enganou-se quem pensava que o
presidente estava se regenerando, passando a exercer a presidência de uma
maneira mais digna e menos barulhenta. O velho Bolsonaro de sempre só esperava
uma oportunidade para se manifestar e mostrar seu lado cruel e brutamontes. Renegar
a paz e o amor. E ele voltou a demonstrar seus piores instintos ao ameaçar um
repórter na frente do Palácio do Planalto.
Bolsonaro é o tipo de líder que prefere matar o mensageiro
que ouvir uma mensagem desagradável. Seu objetivo é acabar com a informação de
qualidade, com as estatísticas confiáveis e com as notícias que o incomodam.
Quando ouve o que não quer, o presidente ameaça partir para as vias de fato.
Xinga, grita, difama e ameaça dar porrada. É como o tiozão reacionário que não
consegue conviver com a divergência, que dá showzinho em festas familiares por
causa de discussões com o sobrinho mais crítico. A violência é um dos primeiros
recursos dos intolerantes. Como não conseguem lidar com uma realidade que nega
suas teses, eles tentam destruí-la. Bolsonaro odeia que exponham os integrantes
de sua família num mar de lama, que descubram irregularidades na vida política
de seus filhos, que levantem seus podres. Mas vai ter que se conformar. A trama
que envolve Queiroz atinge sua prole, a mulher e ex-mulheres. E ainda pouco se
sabe. Há muita lenha para queimar.
A lógica que move Bolsonaro a atacar jornalistas é a mesma
que o leva a desmontar o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) ou
tornar sigiloso todo tipo de informação pública e de boa qualidade, apurada
pelos melhores métodos. Ele não quer saber se as queimadas na Amazônia
aumentaram ou se Queiroz articulava uma máquina corrupta para desviar dinheiro
do gabinete de Flávio Bolsonaro com as rachadinhas, além de outros esquemas. Para
ele, essas são informações desagradáveis que precisam desaparecer. Na sua fúria
autoritária ele pretende eliminar as notícias que não lhe interessam do mapa,
aniquilar jornalistas e violentar a imprensa. Bolsonaro quer resolver as coisas
na porrada. Definitivamente, nunca se viu um presidente tão truculento. Paz e
amor é o escambau.
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