Do Blog do Noblat, VEJA
Beleza! À falta de com quem mais brigar, o presidente Jair
Bolsonaro, que não consegue que seus ministros parem de brigar, decidiu enfrentar
o general Hamilton Mourão, o vice-presidente e seu substituto imediato. É
verdade que Mourão fez por onde.
Bolsonaro disse e não se cansa de repetir que o governo
federal não comprará a vacina chinesa para não dar gosto ao governador de São
Paulo João Doria (PSDB), seu patrocinador. Sabe-se que isso não passa de
marola, mas não vem ao caso.
Em entrevista à VEJA, Mourão disse o contrário: “O governo
vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para
produzir a vacina. O governo não vai fugir disso aí”. Foi o que bastou. “A
caneta Bic é minha”, respondeu Bolsonaro.
Mourão passou a falar para dentro da caserna, mas também
para fora, desde que concluiu que não tem futuro como candidato na chapa de
Bolsonaro à reeleição. Sonha com uma cadeira no Senado, como admitiu à VEJA.
Talvez pelo Rio Grande do Sul.
Os militares cavalgaram a candidatura de Bolsonaro a
presidente só para barrar as chances de o PT ganhar a eleição de 2018. Em 2022,
se o PT não tiver chance, poderão abandonar Bolsonaro e cavalgar outro nome. Os
generais andam irritados com o capitão.
A derrota bate à porta de Russomanno e de Crivella
Os candidatos de Bolsonaro
A história ensina que a duas semanas do dia da eleição, é
mais fácil que cresça um candidato atrás nas pesquisas de intenção de voto do
que se recupere outro que só tem feito cair. Este é o drama que enfrentam Celso
Russomanno em São Paulo e Marcelo Crivella no Rio, ambos candidatos do partido
Republicanos a prefeito.
A situação de Crivella é pior. 55% dos eleitores
entrevistados pelo Ibope esta semana disseram que não votarão nele de jeito
nenhum. Crivella aparece empatado com a Delegada Martha Rocha (PDT) que subiu
de oito pontos percentuais para 14. Crivella oscilou dois pontos percentuais
para cima, dentro da margem de erro.
Em São Paulo, enquanto Bruno Covas (PSDB), candidato à
reeleição, cresceu quatro pontos e alcançou 26% nas intenções de voto,
Russomanno perdeu cinco pontos e está com 20%. Poderá ser ultrapassado por
Guilherme Boulos (PSOL) que saltou de 10% para 13%, ou até por Márcio França
que passou de 7% para 11%.
Covas torce para enfrentar Boulos. No Rio, o líder da
pesquisa, o Eduardo Paes (DEM), torce para que Crivella reaja. O perigo para
Paes seria Martha Rocha. Em apuros, Crivella e Russomano gravaram um vídeo de
propaganda com Bolsonaro onde o presidente pede que seus seguidores votem
neles.
A rejeição a Bolsonaro é maior em São Paulo do que no Rio.
Mas o apoio de Bolsonaro a Russomanno é mais sincero do que o apoio a Crivella.
Em sua live semanal no Facebook, Bolsonaro disse sobre Crivella: “E terminando
agora, um nome que dá polêmica, né. Porque o Rio de Janeiro sempre é polêmico.”
E em seguida: “Eu tô aqui com o Crivella, tá certo. Conheço
ele há muito tempo. Foi deputado federal comigo.” A respeito de Paes, sem citar
seu nome, afirmou: “Eu não quero tecer críticas, é um bom administrador. Mas eu
fico aqui com o Crivella”. De fato ficou, não sem antes advertir:
– Se não quiser votar nele, fique tranquilo. Não vamos
brigar entre nós por causa disso aí porque eu respeito os seus candidatos
também.
Crivella está frito. Russomanno ainda alimenta alguma esperança.
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