Vejam essa lista de manchetes: “Bolsonaro volta atrás e
desiste de nomear Decotelli para a Educação. Bolsonaro volta atrás e desiste de
nomear Mantovani para a Funarte. Bolsonaro volta atrás e desiste de nomear
Ramagem para a PF. Bolsonaro volta atrás e desiste de suspender o Renda Brasil.
Bolsonaro volta atrás e vai manter o auxílio de R$ 600”.
Por quê? Ora, porque o Olavo de Carvalho não gostou. Porque
as redes sociais não aprovaram. Porque o Queiroz não concordou. Porque a Dona
Micheque, perdão, Michelle não foi consultada. Porque o Carluxo ficou dodói.
Porque Donald Trump não autorizou. Porque a torcida do Palmeiras é chata… Sei
lá eu o porquê!!
A verdade é que Jair Bolsonaro é fraco! Posa de cabra-macho
nas redes sociais e quando está cercado pelos malucos que o apoiam, mas bastam
meia dúzia de tuítes e hashtags contra, que lá vai o “mito” se esconder no
quarto. Não à toa fugiu de todos os debates depois de receber alta médica, após
o atentado à faca que sofreu em Minas Gerais, em 2018.
Outro dia mesmo, amarelou feio perante o Brasil e o mundo ao
suspender o acordo para a importação, produção e distribuição da “vacina
chinesa do Doria” pelo prestigiado Instituto Butantan. Seu subalterno, o
general com “g” minúsculo, Eduardo Pazuello, foi humilhado em praça pública e
desautorizado pelo mofino. A súcia não gostou e o ignavo recuou.
Ontem, quarta-feira (28), surpreendentemente uma boa medida
deste (des)governo: o decreto que previa PPP (Parcerias Público Privadas) para
a construção, reforma e operação de UBS (Unidades Básicas de Saúde) da rede SUS
(Sistema Único de Saúde). É tão raro algo assim, que até pensei em escrever
elogiando, para variar um pouco.
Sorte minha! Tão logo imprensa, oposição e redes sociais
começaram a “cair de pau” – por interpretarem mal o decreto, que de
privatização não continha nada -, o mito de araque (afinal, nunca vi mito ter
medo) revogou o próprio decreto e desistiu de uma ótima proposta. Mais uma vez
Jair Bolsonaro se rendeu às “vozes das ruas” e enfiou a viola no saco.
No campo externo o presidente submete-se a ser mero fantoche
dos Estados Unidos. Internamente, é comandado ou pelo Centrão ou por sua turba
de fanáticos. Na economia, confessa que é obediente ao Posto Ipiranga, que de
Posto Ipiranga não tem mais nada. Ofereceu cloroquina às emas do Alvorada e foi
solenemente, por elas, ignorado.
Afinal, Bolsonaro governa o País ou é governado? Manda ou
obedece? Possui vontade própria ou não? Repito: para o que serve, no limite, um
presidente arregão?
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