Ministério Público do RJ denuncia Flávio Bolsonaro por
organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro
O Ministério Público do Rio de Janeiro informou na noite
desta terça-feira (3) que denunciou à Justiça o senador Flávio
Bolsonaro (Republicanos-RJ) , o ex-assessor Fabrício Queiroz e
mais 15 investigados por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e
apropriação indébita no esquema
das "rachadinhas", na época em que Flávio Bolsonaro era
deputado estadual.
A denúncia foi ajuizada em 19 de outubro e encaminhada nesta
terça-feira ao desembargador responsável pelo processo no Tribunal de Justiça
do Rio.
Em setembro, a 33ª Vara Cível do Tribunal concedeu a liminar
proibindo a Globo de divulgar informações sobre o inquérito. A Globo afirma que
a decisão judicial foi um cerceamento à liberdade de informar, uma vez que a
investigação era de interesse de toda a sociedade.
Nesta quarta, reportagem do Jornal 'O Globo' revelou o
depoimento que Luiza Sousa Paes deu ao Ministério Público em setembro.
Ela disse que nunca atuou como funcionária de Flávio
Bolsonaro e contou que era obrigada a devolver mais de 90% do salário.
Segundo o jornal, o primeiro contracheque dela no período em
que trabalhou no gabinete de Flávio tinha um valor bruto de quase R$ 5 mil
reais.
A reportagem diz que Luiza apresentou extratos bancários
para comprovar que entre 2011 e 2017 entregou por meio de depósitos e
transferências R$ 160 mil para Fabrício Queiroz.
Ela contou ao MP que abriu uma conta na agência dentro da
Alerj e foi orientada a fazer todos os meses o saque do salário na boca do
caixa, já que no caixa eletrônico há um limite para a retirada.
Depois de pegar o dinheiro, ela já solicitava um depósito
para a conta de Fabrício Queiroz.
Luiza Sousa Paes foi assessora de Flávio entre 12 de agosto
de 2011 e 11 de abril de 2012. Depois, trabalhou em outros setores da
assembleia.
Em quase dois anos de investigação, Flávio Bolsonaro tentou
pelo menos dez vezes barrar o trabalho dos promotores. Numa dessa ações, que
ainda vai ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal, Flávio conseguiu o
direito a foro privilegiado.
Por isso, a denúncia do Ministério Público foi encaminhada
ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio e não ao juiz da primeira
instância.
A defesa de Flávio Bolsonaro disse que está impedida de
comentar informações que estão em segredo de Justiça, mas pode afirmar que o
parlamentar não cometeu qualquer irregularidade e que ele desconhece supostas
operações financeiras entre ex-servidores da Alerj. A defesa declarou ainda que
todas as contratações feitas pela Alerj, até onde o parlamentar tem
conhecimento, seguiam as regras da assembleia legislativa e que qualquer
afirmação em contrário não passa de fantasia e ficção.
A defesa de Fabrício Queiroz informou que ainda não teve
acesso ao conteúdo da denúncia, e que, no decorrer do processo, vai apresentar
provas que mostrem a inocência de Queiroz.
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