As peças do jogo eleitoral para presidência da república, renovação da Câmara dos Deputados e de um terço do Senado Federal já se movimentam.
Os governadores também se mexem, mas o foco está no atual Congresso Nacional e na lei orçamentária de 2022.
O jogo político eleitoral não é semelhante a um “jogo de xadrez”, como de maneira vulgar alguns chamam ou até acreditam.
O carteado do poquer é o que mais se aproxima.
Temos delineados hoje, pelas narrativas mais midiáticas, os cenários de uma sólida frente de Jair Bolsonaro com “bolsonaristas” das seguranças públicas estaduais e municipais, conservadores, ultradireistas, o “Centrão” com os seus fisiológicos e negocistas, militares da ativa e da reserva, religiosos fundamentalistas e moderados de todas as religiões, o mundo do pessoal do direito e do judiciário, pela reeleição do presidente.
Uma “Frente de Esquerda independente”, com epicentro no estado de São Paulo, com o PSOL, intelectuais, acadêmicos, artistas e movimentos identitários.
Uma “Frente de Esquerda institucional”, liderada pelo PT, com sindicalistas, “movimentos sociais” clássicos, “esquerda acadêmica” e burocracias das instituições públicas.
Uma “Frente de Centro Esquerda” com Ciro Gomes, PDT, o PSB e talvez a Rede.
Uma “Frente Neoliberal”, que se autodenominará de “Democrática” , com João Dória, Luciano Huck, Cidadania, PSDB, “Lavajatistas” e pedaços do DEM e do MDB.
O jogo já está sendo jogado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Jair Bolsonaro, “bolsonaristas” e negocistas nesse início de jogo estão dando as cartas do poquer eleitoral.
Não creio que as demais “Frentes” tenham cacife para bancar as apostas.
A “Frente Neoliberal” apelidada de “Democrática” tende a apoiar os negocistas e Jair Bolsonaro, como “menos pior”, até setembro de 2022, como fizeram no setembro de 2018.
As “Frentes de Esquerda independente”, a do “PT e esquerda burocrática institucional sindicalista” e a de “Centro Esquerda” , do Ciro Gomes, PDT, PSB e adereços, ficarão disputando o espólio e as saudades de uma imaginação, acusando-se entre si.
Eu gostaria de ver se formar uma “Tendência eleitoral” e um nome que espelhe essa “Tendência”, que não é Marina Silva, que nunca expressou ou expressará essas ideias, com um programa progressista bem definido, com eixos em redes de proteção social amplas , renda mínima universal, sustentabilidade, uma economia em plataformas digitais, Tecnologias da Informação e Inteligências Artificiais, com cidades inteligentes, includentes.
Gostaria de ter essa “Tendência eleitoral” já, agora, como ariete estruturador de um futuro a médio prazo, pós 2026.
O presente e o futuro próximo estão carimbados, com Jair Bolsonaro, liberais, neoliberais, negocistas e bolsonaristas.
Que as juventudes arrojadas e criativas de nossas periferias nos inventem essa “Tendência”.
*Sociólogo e cientista político em 05/02/2021.
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