"Vadio. [Do latim 'vagativu', vagabundo.] 1. Que não tem ocupação, não faz nada, ocioso, desocupado, vagabundo. 2. Ver vagabundo. 3. Próprio de gente ociosa". A definição acima é do dicionário "Aurélio". Para a de vagabundo, vamos ao "Houaiss": "Vagabundo [Do lat. tard. 'vagabundu'.] 1, Que ou em quem perambula, vagueia, vagabundeia. 2. Que ou quem leva a vida no ócio, indolente, vadio. 3. Que ou quem age sem seriedade ou com desonestidade. Malandro [ver sinônimos]". Para os sinônimos de malandro, segundo o mesmo "Houaiss": "Mandrião, esperto, preguiçoso, biltre, canalha".
Se o leitor enxergar em tais definições alguma semelhança com Jair Bolsonaro, será por sua conta. Mas, de fato, esses verbetes, escritos há décadas, sugerem uma perturbadora premonição. Outra hipótese é a de que Bolsonaro, lendo-os sem querer um dia, adotou-os como programa de vida. Afinal, o que faz hoje em sua suposta Presidência da República não é diferente do que fez durante 28 anos no Congresso —uma vez eleito, dedicar-se exclusivamente à reeleição, com aparatos e recursos do Estado.
Se a jurisdição de Bolsonaro se limitasse a seus miseráveis interesses, o mundo estaria se lixando. Mas sua vagabundagem pela Itália alterou o conceito em que era tido pelos líderes internacionais. Deixou de ser a piada, o bufão, o indiferente ao ridículo e revelou-se como realmente é: um sério risco ao meio ambiente, à saúde pública e ao equilíbrio do planeta.
Ficou claro para eles que, aos olhos de Bolsonaro, o mundo é só um palanque para falar com sua turma no Brasil. Sua vadiagem por aquelas simpáticas aldeias, expondo-se de propósito a distúrbios filmados, dirigia-se apenas a fazer-se de vítima para seus eleitores.
E que, pelo cinismo com que ele assinou tratados que não tem nenhuma intenção de cumprir, o Brasil tornou-se uma bomba-relógio, manejada por alguém cuja certeza de derrota em 2022 o fará partir para o tudo ou nada.
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