sexta-feira, 1 de julho de 2022

EMPATE TÉCNICO

Italo Nogueira, Folha de S.Paulo

Datafolha: Castro, com 23%, e Freixo, com 22%, empatam no 1º turno do Rio

RIO DE JANEIRO - O governador Cláudio Castro (PL) e o deputado federal Marcelo Freixo​ (PSB) seguem na liderança das intenções de voto para a disputa pelo Governo do Rio de Janeiro, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (1º) pelo Datafolha.

O segundo levantamento do instituto no estado para esta eleição mostra Castro com 23% das intenções de voto e Freixo com 22% no cenário mais provável até aqui para a disputa eleitoral em outubro.

Os dois continuam em empate técnico, como registrado na pesquisa divulgada em abril. Contudo, Castro oscilou positivamente cinco pontos percentuais em relação ao último levantamento, enquanto Freixo apresentou estabilidade.

A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos, fazendo com que a oscilação positiva de Castro fique perto do limite máximo —dentro dela.

Os demais candidatos neste cenário estão quase todos em empate técnico: o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT), com 7%, Eduardo Serra (PCB), com 6%, e Cyro Garcia (PSTU), com 5%.

O coronel Emir Larangeira (PMB), o ex-presidente da OAB Felipe Santa Cruz (PSD) e o deputado federal Paulo Ganime (Novo) registraram 2% das intenções de voto.

Todos esses apresentam estabilidade em relação ao levantamento de abril.

A nova pesquisa incluiu a pré-candidatura de Larangeira, mas, para o Datafolha, ela pode ser comparada com a anterior.

De acordo com o instituto, 22% dos eleitores declararam pretender anular o voto em outubro —queda expressiva em relação aos 33% registrados há três meses. Outros 10% afirmaram ainda não saber em quem votar.

O levantamento, contratado pela Folha, foi realizado entre quarta (29) e esta sexta-feira (1º), e entrevistou 1.218 eleitores no estado. Ele está registrado no TSE sob o número RJ-00260/2022 e BR-03991/2022.

O Datafolha também testou um segundo cenário com o nome do ex-governador Anthony Garotinho (União Brasil). Ele aparece com 7%, atrás de Freixo, com os mesmos 22%, e Castro, com 21%.

Neves (6%), Serra (5%), e Garcia (4%) perdem, cada um, um ponto percentual em relação ao cenário sem o ex-governador.

Garotinho ainda depende de uma decisão no STF (Supremo Tribunal Federal) para se tornar elegível. O ministro Ricardo Lewandowski anulou, em liminar de março, as provas da Operação Chequinho, na qual o ex-governador foi condenado pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro).

O caso está em análise no plenário virtual da Segunda Turma do STF, com resultado preliminar de 2 a 2. Se as provas forem validadas, o ex-governador deve ter a candidatura inviabilizada pela Lei da Ficha Limpa.

O ex-governador também ainda precisa se viabilizar dentro de sua sigla, já que parte de seus correligionários defende uma aliança com o governador. Sua pré-candidatura é vista como uma forma da sigla pressionar por mais espaço numa eventual nova gestão Castro.

A pesquisa espontânea, em que não é apresentado nenhum cenário ao eleitor, mostrou um aumento nas menções aos dois principais pré-candidatos. Castro foi citado por 9% dos entrevistados (contra 4% em abril) e Freixo, por 8% (foram 5% há três meses).

Responderam "atual governador" 2% dos entrevistados, enquanto 7% disseram outros nomes, 12% afirmaram que pretendem anular. A maioria (63%) afirmou não saber quem escolher espontaneamente.

Garotinho é o mais rejeitado entre os pré-candidatos. Segundo o Datafolha, 45% dos entrevistados declararam que não votariam no ex-governador de jeito nenhum.

Na sequência aparecem Freixo (29%), Castro (19%), Garcia (18%), coronel Larangeira (16%), Serra (14%), Santa Cruz (12%), Rodrigo Neves (10%) e Paulo Ganime (7%).

Freixo mantém sua campanha ancorada no apoio do ex-presidente Lula (PT), pré-candidato à Presidência. Segundo o Datafolha, 21% dos entrevistados afirmaram que votariam com certeza no nome apoiado pelo petista —eram 26% em abril. Neste grupo, Freixo tem 36% das intenções de voto, e Castro, 13%.

Um quarto (25%) dos eleitores disse que talvez votaria e 51% declararam que não optariam de jeito nenhum no candidato de Lula.

Os dois participarão de um evento juntos na próxima quinta-feira (7), na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro.

Já Castro tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas evita se associar às bandeiras do aliado e mantém diálogo com políticos da oposição.

O peso do apoio de Bolsonaro está em patamares semelhantes ao do petista. Votariam com certeza no candidato defendido pelo presidente 18% dos eleitores, 22% talvez votariam e 58% não votariam de jeito nenhum.

Na parcela que certamente votaria no nome apoiado pelo presidente, o governador tem 31% dos votos e o deputado do PSB-RJ, 4%.

O prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), aparece como o pior cabo eleitoral entre os três. Declararam que com certeza votariam no nome apoiado por ele apenas 10% dos entrevistados, enquanto 30% talvez votariam e 55% não votariam de jeito nenhum. Ele apoia Santa Cruz.

Desde a última pesquisa, o pré-candidato do PSB conseguiu avançar algumas casas para ampliar sua aliança. Ele convidou o vereador César Maia (PSDB-RJ) para ser o vice de sua futura chapa. O acordo ainda não foi fechado, mas defendido publicamente pelo presidente regional da sigla, Rodrigo Maia.

Castro, por sua vez, confirmou o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB) como vice de sua chapa. Ele mantém uma agenda intensa de inauguração de obras no interior e na Baixada Fluminense a fim de se tornar mais conhecido do eleitorado.

A aliança desenhada entre PDT e PSD está indefinida, em razão da insistência de ambas as siglas em lançar, respectivamente, Neves e Santa Cruz na disputa pelo cargo de governador.

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