Jair Bolsonaro foi fazer campanha no funeral da Rainha da Inglaterra e amanhã vai tentar ganhar votos na abertura das Nações Unidas, mas nada parece adiantar. Tudo continua dando errado para ele, e só sobrou o discurso golpista, em novo surto.
As notícias que vão daqui para o pretenso monarca brasileiro e seu arremedo de família real são péssimas: a pesquisa BTG/FSB, até então com viés favorável, trouxe nesta manhã crescimento de 3 pontos para o ex-presidente Lula, mantendo o presidente estagnado: 44% x 35%. Tudo indica que a campanha de voto útil do petista esteja dando resultados, já que Ciro Gomes e Simone Tebet, depois de ligeira ascensão de 2 pontos cada um, voltaram aos patamares antigos.
Como sugerimos aqui semana passada, é possível que o rolê internacional de Bolsonaro esteja marcando mesmo os funerais de sua candidatura. Quando retornar ao Brasil a dez dias das eleições, haverá, provavelmente, mais pesquisas confirmando esse quadro, que deixa em aberto a possibilidade de uma vitória de Lula em primeiro turno.
Talvez por isso, Bolsonaro, em Londres, tenha retomado a narrativa de contestação aos resultados da eleição. apontando “algo anormal” no TSE se ele próprio não vencer em primeiro turno, como disse em entrevista ao SBT. Um ato que, aliás, pode ser questionado na Justiça Eleitoral como exemplo do uso indevido da programação oficial com objetivo eleitoral. A viagem toda deveria ser expurgada inclusive do noticiário, excetuando-se os espaços do dia do candidato, iguais para todos.
Mas o novo surto golpista do presidente tem pouquíssimas chances de convencer. Quarta-feira ele amanhecerá num Brasil que já virou a página do medo do golpe, depois que representações da sociedade, do empresariado e da política se comprometeram com a democracia.
Até os militares acharam sua justificativa para fugir da raia do discurso golpista de contestar os resultados do pleito ao ganhar do TSE um projeto piloto de teste da urna eletrônica – que, a rigor, não muda nada vezes nada.
Tanto faz se Lula vencer no dia 2 ou no dia 30 de outubro, pois o provável é que Bolsonaro esperneie e mande seus radicais às ruas para fazer arruaça e fingir que há clima para golpe. Não há.
A nova presidente do STF, Rosa Weber, já se acertou com integrantes do Legislativo, governadores e até representantes militares para tomar as providências legais se assim for necessário. Assinará a requisição de tropas do Exército para ação de Garantia da Lei e da Ordem onde for preciso, como manda a Constituição. Comandantes da alta hierarquia das Forças Armadas já sinalizaram que irão obedecer – não à Rosa, mas à Carta.
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