Além de algumas ações louváveis, no DF, em Minas Gerais e Rio de Janeiro, com unidades de saúde para atendimento às pessoas, é preciso que a sociedade se una para enfrentar o mosquito, seguindo as dicas das autoridades sanitárias
Quase 365 mil casos prováveis de dengue, 36 mortes pela doença e outras 234 em investigação. O Brasil segue em batalha ferrenha contra o Aedes aegypti, nosso conhecido de longa data — pelo menos desde a década de 1980. Nas últimas semanas, assistimos ao crescimento avassalador dos números envolvendo pessoas doentes, filas nos postos de saúde e uma grande quantidade de pacientes que sequer conseguiram ser atendidos dignamente.
Por outro lado, não podemos deixar de destacar algumas ações louváveis, como o funcionamento de unidades de saúde, a exemplo do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília nos fins de semana para atendimento a pessoas com sintomas de dengue e a abertura de um hospital de campanha da Aeronáutica, em Ceilândia, no Distrito Federal, além de iniciativas a longo prazo, como a vacina desenvolvida por pesquisadores do Instituto Butantan, que há 15 anos estudam o mosquito transmissor da dengue.
Para uma mínima parcela da população brasileira, o problema parece estar sendo resolvido. Segundo a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVac), houve um crescimento significativo na aplicação de doses da vacina Qdenga no setor privado de imunização. Esse crescimento se destaca desde outubro de 2023, quando foi registrado aumento de 106,67% em relação a setembro.
A partir daí, o número só cresceu. Em novembro de 2023, foram 1.955 doses; em dezembro, 2.341 doses; e, em janeiro de 2024, chegou a 4.923 doses, um aumento de 110,75% em relação ao mês anterior. Os dados referem-se a cerca de 280 clínicas particulares do Brasil. No período acumulado de julho de 2023 a janeiro de 2024, foram administradas 13.290 doses da Qdenga.
Infelizmente, as vacinas pagas continuam sendo inacessíveis para a maioria dos brasileiros — uma dose contra a dengue custa entre R$ 400 e R$ 490, e a prescrição é de duas doses. Fica a expectativa pela agilidade na liberação pelo Ministério da Saúde das doses gratuitas de Qdenga para a população, medida que pode ajudar a reduzir futuros quadros de epidemia.
Em seu pronunciamento na noite de ontem, a ministra Nísia Trindade fez um relato sobre a situação dos estados e o panorama da doença, além de destacar ações da pasta para combater o mosquito. Estados e municípios receberão recursos extras no valor de R$ 1,5 bilhão. Convocou uma mobilização nacional, envolvendo governadores e governadoras, prefeitos e prefeitas e também a população.
As dicas são velhas conhecidas: não deixar água parada em vasos de plantas e outros recipientes, cuidar de lotes vagos, manter caixas d'água tampadas, recolher lixo e por aí vai. Isso do lado da sociedade. Do lado dos governos, os apelos também são os mesmos: melhoria do saneamento básico, instalação de estações de tratamento de água e atenção aos vulneráveis. É preciso unir forças. Todos nós somos responsáveispela saúde do próximo
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