Se Trump for reeleito e Bolsonaro ficar elegível e
vencer, vamos ter saudade de seus primeiros mandatos
Barra pesada à frente. Se Donald Trump for
eleito presidente dos EUA na próxima terça-feira (5), um de seus primeiros atos
será anistiar os desordeiros que ele instigou a invadir o Capitólio, em
Washington, no dia 6 de janeiro de 2021. No Brasil, Jair
Bolsonaro pede aos deputados anistia para os golpistas que quase
demoliram a Câmara no dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília. E, de passagem,
como parte do pacote, pede anistia para si próprio, o que zeraria sua
inelegibilidade e lhe permitiria candidatar-se em 2026.
Em sua defesa dos invasores do Congresso,
do Planalto e do STF, Bolsonaro alega que eram patriotas que foram confundidos
com criminosos ao lutarem por seus "ideais": pessoas humildes, pais
de família, mães de seis filhos, idosos em cadeira de rodas. Não se sabe com
quem aquelas senhoras deixaram os seis filhos para irem estripar poltronas ou
como cadeirantes foram tão eficientes em vibrar porretes contra vidraças
indefesas.
Caso consigam seus intentos, Trump e Bolsonaro estarão
abrindo as portas para levantes contra qualquer medida do desagrado das massas,
de direita ou de esquerda. Quem poderá criticá-las por tentarem dissolver na
marra a tal medida? Washington viverá sob o signo do faroeste; Brasília, do
cangaço. Armamento para as turbas não faltará —EUA e Brasil já são arsenais.
Se Trump vencer, os americanos terão saudade de sua primeira
gestão. Tratará o pais como as mulheres que atacava no elevador, metendo-lhes a
mão por baixo das saias. A anistia aos vândalos será só o começo da revanche.
Seu ex-vice, Mike Pence, que barrou sua tentativa de melar a derrota para Joe
Biden em 2020, será enforcado. Os porto-riquenhos, atirados ao mar. Os
mexicanos terão de cavar túneis debaixo do muro para cruzar a fronteira. Mesmo
os imigrantes legalizados serão castrados para impedir a procriação.
Quanto a Bolsonaro, sua anistia parecia remota. Não é mais.
Setores do PT consideram que, por sua alta rejeição, ele será mais fácil de
derrotar em 2026 do que outros nomes da direita, donde tramam para
viabilizá-lo. Atitude de um partido a caminho mesmo do Z4.
Nenhum comentário:
Postar um comentário