Apostas eleitorais da direita e da extrema direita não
conseguem se firmar
Escândalos de corrupção e favorecimento ao crime
organizado sepultam candidaturas
"Cai o rei de espadas/ Cai o rei de ouros/ Cai o rei de
paus/ Cai, não fica nada". Os versos da canção "Cartomante", de
Vitor Martins e Ivan Lins, sucesso
na voz de Elis Regina, descrevem a crise política em que o Rio de
Janeiro está mergulhado, com a elite do Executivo e do Legislativo
envolvida em escândalos de corrupção e favorecimento
ao crime organizado.
Direita e extrema direita andam perdidas no lamaçal, sem
saber como se posicionar para as eleições de 2026. Os possíveis candidatos ao
governo e ao Senado estão caindo como moscas, com risco de não ficar ninguém
com expressão na disputa.
A prisão do ex-presidente
da Alerj Rodrigo Bacellar implodiu o esquema armado para que ele fosse
o sucessor
de Cláudio Castro. Nome preferido da família Bolsonaro, já encrencado com a
Lei da Ficha Limpa, Washington Reis surgiu como opção, mas, na semana passada,
ele foi condenado a três anos de prisão por fraude imobiliária em Duque de
Caxias. A indecisão abre uma brecha para missioneiros, influencers e outsiders,
entre os quais o ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel, que inspirou o personagem
capitão Nascimento, do filme "Tropa de Elite".
Eduardo Paes joga parado, fazendo acenos nas redes sociais
ao eleitor evangélico. Antes mesmo de iniciar a campanha, está em vantagem no
jogo. Não será surpresa que grupos fisiológicos ligados ao governador e
prefeitos de cidades do interior passem a apoiar Paes, havendo ou não uma
aliança com Cláudio Castro. Este aguarda uma decisão do TSE sobre pedidos de
cassação e inelegibilidade por abuso de poder político e econômico na campanha
à reeleição, em 2022, para definir sua candidatura ao Senado.
Com o anúncio da candidatura presidencial de Flávio
Bolsonaro, os deputados federais Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy se animaram
a concorrer ao Senado. O sonho, porém, durou poucos dias, desfeito com a
operação da Polícia Federal que investiga
os dois parlamentares por desvio de recursos públicos. A aposta agora
é o deputado Hélio Lopes, bolsonarista núcleo duro.


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