Faz sentido lançar Flávio como candidato, se clã achar
que a eleição já é de Lula
Se eles consideram que direita tem chance, o lógico seria
buscar nome com menos rejeição
Em até quatro meses, o clã precisará definir como se
posicionará para o pleito presidencial de outubro. Se os Bolsonaros acharem que
a eleição já é de Lula, o mais
lógico é seguirem mesmo com a candidatura de Flávio. Seria uma forma de manter em família a força
eleitoral da marca Bolsonaro. Se o ex-presidente passar o bastão para Tarcísio
de Freitas ou outro postulante da direita, ele abre mão da relevância
política que ainda tem.
Se Flávio sair para perder em 2026, estará bem-posicionado
para a eleição de 2030, especialmente se o quarto mandato do petista for mais
complicado que o terceiro. E, sem reformas impopulares, o problema fiscal, que
Lula vem evitando abordar seriamente, logo começará a produzir estragos mais
perceptíveis.
Se, por outro lado, a família considera que a direita tem
boas chances já no ano que vem, aí insistir no nome de Flávio se torna uma
obstinação difícil de justificar. O sobrenome Bolsonaro meio que garante uma
passagem para o segundo turno, mas se torna, pela alta rejeição, um óbice para a vitória final. Ao que
tudo indica, o próximo pleito será parecido com o de 2022, com duas grandes
forças de tamanho comparável se enfrentando numa disputa que acabará sendo
decidida pelos eleitores independentes, que podem ir tanto para um lado como
para o outro. E, aí, a chave para a vitória é ter uma rejeição
consideravelmente menor do que a do incumbente.
Se o patriarca ainda alimenta a esperança de voltar à
política, apostar tudo numa vitória da direita sem o filho é sua melhor chance.
Vários dos postulantes já indicaram que, se chegarem ao poder o indultariam.
Restariam, ainda muitos outros ses. O perdão presidencial não poderia ser
considerado inconstitucional pelo
STF e teria de abarcar não apenas a pena de prisão mas também sanções
eleitorais, algo que não foi testado na Justiça.
Cada família infeliz é infeliz à sua maneira. Os Bolsonaros
precisam decidir se perdem com Flávio ou se entregam o cacife eleitoral para
alguém de fora da família.


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