Natural de Fortaleza, ele formou-se em Direito, o que deu
impulso à carreira política. Com um currículo difícil de ser igualado, o então
ministro conseguiu censurar cerca de 400 livros, 117 peças teatrais, 47 filmes
e 840 letras de músicas durante a sua gestão.
Falcão ainda criou um mecanismo que impedia os candidatos de
falarem no rádio e na televisão durante as campanhas eleitorais: a Lei Falcão.
Essa legislação ficou conhecida como “cinema mudo” e vigorou entre 1976 e 1985.
Era uma resposta da ditadura militar ao crescimento da oposição.
Pelas novas regras, a propaganda eleitoral dos partidos
deveria divulgar apenas o partido, o nome e o número do candidato. Na TV, era
permitida como imagem, apenas a divulgação de um retrato do candidato. Ninguém
poderia falar no rádio ou na TV. Na época, elegiam-se senadores, deputados e
prefeitos. Governadores e prefeitos das Capitais eram nomeados pelo regime
militar.
Nem mesmo o balé Bolshoi escapou de seu crivo. Em
entrevistas recentes, o ex-ministro chegou a dizer que a única coisa da qual se
arrependia era o veto a uma apresentação da companhia russa. O show seria
transmitido pela Rede Globo em 1977. Atendendo pedido do Serviço Nacional de
Informações (SNI), Falcão censurou a exibição devido à proximidade dos festejos
de 60 anos da Revolução Russa.
Em 1950, candidatou-se pela primeira vez a um cargo eletivo.
Concorrendo pelo PSD, conquistou uma cadeira na Câmara pelo Ceará. Falcão
também foi líder da oposição do governo Getúlio Vargas e, do governo, no
mandato de Juscelino Kubitschek.
No governo JK, também ocupou os ministérios da Justiça,
Relações Exteriores (interino) e Saúde. Entre 1963 e 1964, ele percorreu o país
articulando o movimento que derrubaria o presidente João Goulart. O seu
reconhecimento pelos militares viria no governo Geisel, que o escolheu como
Ministro da Justiça.
O censor foi censurado pela web. Armando Falcão parece ter
provado do próprio veneno; procurei na internet imagens para ilustrar essa
reportagem, quase não encontro. É escasso. Procurei no maior banco de imagens,
o Google. Nele encontrei apenas umas quatro fotos e em péssimo estado. A melhor
foi essa.
Normal, Chocolate, não ter fotos do Armando Falcão nos bancos de dados do Google, ele, apesar do histórico político controvertido à direita, era uma pessoa bem reclusa, tanto é assim que ao sair do mundo político dele pouco se ouviu falar.
ResponderExcluirFoi um político de perfil apreciado pelos militares golpistas (ou revolucionários, como eles gostam de se autointitular e comemorar a data nos quartéis), pois apreciava e incentivava a cultura tupiniquim, principalmente a nordestina, vide alguns LP's de Luiz Gonzaga o citando, da qual era um expert, e tinha uma queda pelas frases de efeito.
"Brasil, ame-o ou deixe-o" e "Nada a declarar" são algumas das frases atribuídas ao cearense radicado no Rio de Janeiro, Armando Falcão.
Que Deus ou o diabo tenha piedade de sua alma.