Por Dora Kramer colunista do O Estado de S.Paulo
O resultado de São Paulo foi uma derrota vergonhosa do PSDB
e, para o PT, mais que uma vitória: um triunfo mais que suficiente para o
partido sair desta eleição com dois trunfos.
A imposição de uma derrota ao PSDB dentro "de
casa" e, além de tudo, disputando com um candidato tido inicialmente como
imbatível é um deles. O mais substancioso.
O outro trunfo, a conquista de um estandarte para servir de
contrapeso às condenações no Supremo Tribunal Federal, não tem validade
prática. É meramente simbólico, mas pode funcionar para aplacar os brios
feridos do partido.
Pelo menos durante esta semana as comemorações farão com que
o STF passe alguns dias sem ser acusado disso ou daquilo. Ou não, porque sempre
haverá quem alegue que o eleitor paulistano deu uma "resposta" ao
Supremo elegendo Fernando Haddad prefeito.
Delírios à parte, fato é que na política o PT saiu desse 2.º
turno como o grande vitorioso. Elegeu São Paulo como sua principal arena e nela
venceu. Só que o conjunto não é feito só de vitórias. Houve derrotas
importantes que não permitem ao PT conduzir-se como absoluto.
Se de um lado o ex-presidente Lula cumpriu com alto êxito
seu objetivo na cidadela tucana, de outro viu emergir desta eleição uma
inquietação no campo governista que terá trabalho para neutralizar.
Levado pelo sucesso em Recife em embate direto com o PT, o
governador Eduardo Campos entrou na cena antes do esperado. Começa a trilhar
caminho próprio, acumulando forças e agregando aliados para enfrentar a
contraofensiva que vem logo adiante.
No campo oposicionista propriamente dito, não obstante
ganhos significativos - Manaus e Salvador - em termos nacionais, o balanço é de
acentuada perda pela exposição dos frangalhos do PSDB em São Paulo.
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