O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (24) a PEC da
Música (PEC 123/2011), com 61 votos a favor e 4 contra. O texto isenta de
impostos os CDs e DVDs com obras de artistas brasileiros. A ministra da
Cultura, Marta Suplicy, e um grupo de artistas acompanharam a votação no
plenário da Casa e defenderam aprovação da proposta.
Apesar dos argumentos da bancada do Amazonas contra a
proposta – segundo eles, a desoneração fiscal da produção musical é uma ameaça
à indústria fonográfica e de vídeo instalada na Zona Franca de Manaus (ZFM) – a
matéria foi aprovada sem emendas, rejeitadas pela maioria dos senadores. Dessa
forma, a PEC poderá ser promulgada pelo Congresso Nacional, sem ter que voltar
para a Câmara dos Deputados. A sessão solene para a promulgação foi convocada
para o dia 1º de outubro.
Ao parabenizar os senadores, os artistas presentes e a
ministra Marta, o senador Renan Calheiros enfatizou que o Senado tem priorizado
a cultura.
Antes de ir ao Senado, a ministra se reuniu, no Ministério
da Cultura (MinC), com os artistas Lenine, Marisa Monte, Paula Lavigne, Leo
Neto, Xande Pilares, Ana Barroso e Pedro Tourinho.
"Com a aprovação da PEC, os artistas e músicos
brasileiros saem ganhando. Há uma equiparação à isenção que o livro tem. É
muito justo e terá um impacto muito grande na produção cultural e musical do
país", declarou a ministra Marta Suplicy.
Marta e o grupo de artistas também se encontraram com o
presidente do Senado, Renan Calheiros. Ele ressaltou que a ministra Marta lutou
muito para essa aprovação da PEC, desde o início. O texto tramita no Congresso
desde 2007.
A proposta já havia sido aprovada em primeiro turno no dia
11 de setembro em placar apertado, com 50 votos a favor, 4 contra e uma
abstenção — para aprovação de PEC é necessário um mínimo de 49 votos
favoráveis.
"A certeza que a gente tem é que toda a cadeia sai
beneficiada. Não é só o autor, nem só a indústria, mas principalmente lá no
final, há a possibilidade real do barateamento do produto, em até 30%. Isso é
benéfico", comemorou o cantor e compositor Lenine.
A PEC da Música terá como benefícios a equiparação
tributária entre a produção musical brasileira e a de outros produtos
culturais, como livros e revistas. A música vendida na web e nos celulares
também ficará mais barata, acompanhando as mudanças tecnológicas atuais.
A cantora e compositora Marisa Monte explicou que com a
aprovação da PEC a produção brasileira será incentivada: "Haverá uma
equiparação do artista estrangeiro ao brasileiro, pois atualmente os
estrangeiros têm mais benefícios fiscais do que um brasileiro".
Isso também deve estimular o aparecimento de mais empresas
distribuidoras de discos e plataformas digitais. Assim, os cantores e
produtores musicais não precisarão fazer contratos com grandes indústrias,
fortalecendo a produção independente.
Atualmente, as empresas não fazem investimento no setor
porque o custo é muito alto e os lucros são baixos. Com a isenção do ICMS e
IPI, proposta pela PEC da Música, esse cenário mudará.
Com informações do MinC e Agência Senado
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