quinta-feira, 28 de novembro de 2013

BASE ALIADA, MINISTRO BLINDADO

Brasília A base aliada no Congresso Nacional promoveu ontem uma blindagem ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e evitou a sua convocação na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara e na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Os tucanos querem que Cardozo esclareça a sua participação no episódio que envolve as investigações conduzidas pela Polícia Federal a respeito de denúncias de formação de cartel no transporte de trens em São Paulo. Além do mais, o PSDB quer que o ministro explique a conduta do presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius de Carvalho, que omitiu de seu currículo a informação de ser petista e de ter trabalhado no gabinete do deputado estadual licenciado Simão Pedro.
Foi Simão Pedro, do PT e hoje secretário municipal de Serviços da gestão Fernando Haddad, quem encaminhou a Cardozo denúncias da existência de um cartel na licitação de trens em São Paulo, em documentos que foram repassadas pelo ministro à Polícia Federal. O Cade fechou em maio um acordo de leniência com a multinacional Siemens, que admitiu a existência de cartel na espera de redução de futuras punições.
Os tucanos têm acusado Cardozo de fazer uso político das acusações do esquema de cartel no governo do PSDB para atingir adversários e abafar o impacto causado pela prisão dos dirigentes petistas condenados no processo do mensalão.
Para preservar Cardozo na Câmara, foi aprovada a realização de uma audiência pública, que será realizada na próxima quarta (4) pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, na qual o ministro virá como convidado - o que tem peso menor do que uma convocação. Na ocasião, o ministro deverá falar também sobre as circunstâncias da fuga à Itália do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e também condenado no mensalão, Henrique Pizzolato.
Já no Senado, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) apresentou um requerimento de convocação do ministro na CCJ, mas após apelo do líder Eduardo Braga (PMDB-AM), aceitou votar na semana que vem um requerimento de convite.
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) classificou ontem como campanha eleitoral a troca de acusações entre PSDB e PT em torno das investigações sobre a formação de cartel para fraudar licitações de metrô e trens nos governos tucanos de São Paulo. “Lamentavelmente se antecipou muito a campanha. Acho que temos que seguir o calendário legal, e o calendário legal exige que a partir do ano que vem se pense na campanha. Lamentavelmente é um clima de campanha, e eu não acho útil isso”, disse Temer na saída da sessão solene da Câmara relativa aos 25 anos da Constituição.
Já o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que as denúncias envolvendo o PSDB não têm fundamento. “O ministro exagerou”, afirmou FHC.
Fonte: Diário do Nordeste
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