Da Veja
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é uma entidade
privada que administra a maior paixão do povo brasileiro. Dispensada de ter de
prestar satisfação a órgãos de controle, ela tem faturamento milionário (mais
de 300 milhões de reais por ano, quase tudo fruto dos jogos da seleção) e ainda
organiza os campeonatos que geram receitas de 2,3 bilhões de reais a clubes e
patrocinadores.
Toda essa máquina é administrada como um velho feudo
político. Por 23 anos, Ricardo Teixeira reinou na confederação com poderes de
imperador: mandou e desmandou sem nunca ter tido oposição. Em março do ano
passado, acossado por denúncias de enriquecimento ilícito, renunciou ao cargo e
passou-o ao seu vice José Maria Marin.
Aos 81 anos, Marin foi governador nomeado de São Paulo, no
período da ditadura militar. Logo ao assumir a CBF, foi flagrado embolsando uma
medalha que seria entregue a um campeão de um torneio júnior. O gesto foi mais
do que um, digamos, lapso moral — foi um cartão de visita.
Sem a mesma unanimidade de Teixeira e com dificuldade para
fazer seu sucessor, Marin agora apela para uma arma bem conhecida do universo
da política fisiológica de onde veio: para manter seu grupo no cargo, ele
distribui verbas e benesses aos presidentes de federação, em uma espécie de mensalinho
do futebol.
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