O documentário Sobral – O homem que não tinha preço sobre
o jurista Heráclito Fontoura Sobral Pinto (1893-1991) é um dos melhores da
safra de 2013. Sobral ganhou destaque ao lutar contra as injustiças e defender
a democracia mesmo em um dos períodos mais obscuros de nossa história, a
ditadura militar.
Este documentário é um dos melhores que vi nos últimos dois
anos e traz uma série de depoimentos e imagens de arquivo que mostram a
trajetória do advogado e ressaltam a importância de seu trabalho na defesa da
justiça e dos direitos humanos.
Sobral Pinto foi sempre um defensor da democracia. Em 1999,
teve acesso a arquivos secretos de áudio do Superior Tribunal Militar que
registram defesa dos presos políticos na ditadura do pós-64, nessa época, ele
ainda era um jovem advogado. No entanto, a voz que mais se escuta nas gravações
é a do próprio jurista.
Com a descoberta desses arquivos, o filme faz um relato da
trajetória de Sobral Pinto, que sempre foi um homem de coragem e de ética. Ele
colocava a justiça acima de qualquer ideologia e enfrentou os ditadores brasileiros.
Por isso, é considerado um dos maiores defensores dos direitos humanos do
Brasil.
Sobral – O homem que
não tinha preço é um documentário evidentemente pessoal, não só por ser
dirigido por Paula Fiuza — neta do jurista Sobral Pinto (1893-1991) — como pela
narração, a cargo da própria cineasta logo nos primeiros minutos de projeção.
A intenção é justa: valorizar a trajetória do avô, que,
entre seus feitos lendários, salvou Anita Leocádia, filha de Luiz Carlos
Prestes e Olga Benário, das garras do nazismo. A falta de distanciamento,
porém, talvez tenha levado a uma certa idealização...
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