Por David Lucena, da Folha de S.Paulo
A cineasta Sandra Werneck adiou, por falta de patrocínio, a
realização do filme que contaria a trajetória de Marina Silva antes da sua
atividade política. A produção não conseguiu arrecadar nem um centavo para o
longa, cujas filmagens estavam originalmente previstas para ocorrer em 2012.
Quando o projeto foi anunciado, há dois anos, o custo
estimado do filme era de R$ 6 milhões. Hoje, porém, o valor seria ainda maior.
Werneck (codiretora do sucesso de bilheteria "Cazuza - O Tempo Não
Para") disse à Folha que a proximidade das eleições também fez com que ela
suspendesse o projeto.
A cinebiografia do ex-presidente Lula, dirigida por Fábio
Barreto e lançada em 2010 —quando Dilma Rousseff foi eleita ao Palácio do
Planalto—, teve orçamento de quase R$ 12 milhões. Werneck afirmou que a
produção procurou várias empresas, mas nenhuma quis investir no projeto.
"Acho que a dificuldade é porque a Marina é oposição e acho que o
empresariado, de alguma maneira, ficou reticente", disse.
Nem a Natura —empresa de cosméticos cujo sócio, Guilherme
Leal, foi candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva em 2010— quis
patrocinar o longa, segundo Werneck. A diretora afirmou que entrou em contato
com a ex-senadora para comunicar que a realização do filme seria adiada e que
Marina foi "incrivelmente generosa".
"Eu continuo apaixonada pela história de vida
dela", expôs a cineasta, que disse não ter desistido do filme, que tem
roteiro de Anna Muylaert ("É Proibido Fumar").
Werneck afirmou que a dificuldade para captar recursos se
restringe a esse projeto. Prova disso é que ela começa a filmar em junho a
sequência de seu primeiro sucesso, "Pequeno Dicionário Amoroso"
(1997), que conseguiu captar recursos e deve ser lançado em 2015. "Vou
retomar contando a história desse casal [vivido por Andréa Beltrão e Daniel
Dantas] 15 anos depois, já com suas famílias, suas novas relações", disse.
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