A entrevista que o pastor/deputado Marco Feliciano (PSC-SP)
concedeu à revista Playboy, em abril deste ano, pode lhe custar caro. A
Convenção Fraternal Interestadual das Assembleias de Deus no Estado de São
Paulo Ministério do Belém (Confradesp), entidade da qual Feliciano é associado,
abriu um processo em seu Conselho de Ética para apurar alguns questionamentos
sobre a entrevista do deputado à publicação especializada em fotos de mulheres
nuas.
“Esse tipo de literatura não é o tipo que recomendamos para
os nossos fiéis. Eu acho estranho que um pastor aparecesse numa revista
dessa", diz o pastor Lélis Washington Marinhos, membro da mesa diretora da
Confradesp. Marinhos diz que o que será questionado não é o conteúdo da
entrevista, mas sim a participação de Feliciano em uma publicação de apelo
sexual.
Durante o processo, Feliciano, que é presidente da
Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, sediada em Orlândia, no interior de
São Paulo, pode ser convidado para prestar esclarecimentos e, no fim da
investigação, pode receber uma advertência, uma suspensão, ou ainda perder o
título de pastor. “O Conselho de Ética irá examinar se (a entrevista de
Feliciano) faltou com alguma coisa que é contra os nossos princípios. Se algo
for encontrado, o conselho pode tomar uma decisão que teoricamente pode chegar
ao extremo”, explica Marinhos.
Na polêmica entrevista publicada no mês passado, Feliciano
contou suas experiências com drogas na juventude e opinou sobre preferências
sexuais. "Conheci a cocaína nos bailinhos, no fim dos 12 anos”, disse, ao
afirmar que já experimentou drogas. "Só a cocaína. Eu tentei a maconha,
mas engasguei, nunca consegui fumar nem cigarro. Não conseguia tragar. Com a
cocaína era fácil”, disse.
O pastor, que ano passado travou uma guerra com movimentos
pró-direitos homossexuais ao comandar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara,
admitiu que seja possível ter prazer com sexo anal. "Com certeza, tem
homens que têm tara por ânus, sim", disse, mas negou que já tenha
experimentado. "E espero nunca fazer, porque parece que quem faz não
volta mais”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário