Por Caio Rocha, professor de História, via Facebook
O Brasil da segunda década do século XXI testemunha uma
severa crise de confiança popular na representatividade do corpo político
nacional. As agremiações partidárias ainda não foram capazes de converterem as
insatisfações que ecoam nas ruas em reformas estruturais profundas do Estado,
visando não apenas otimizar o desenvolvimento das forças produtivas, mas
sobretudo prover a sociedade de eficientes serviços públicos.
A redefinição de suas competências obrigatoriamente perpassa
por uma mudança na cultura política, tendo em vista que se constatou uma
elevação das condições materiais de parcelas consideráveis da sociedade nos
últimos 12 anos e isto contribuiu para o "despertar" do ser político
individual que durante séculos adormecia no brasileiro.
A sociedade não suporta mais pagar tanto imposto para que
este sirva a enriquecer quem se serve do poder. A democratização tecnológica e
o fenômeno das redes sociais como o facebook amplificaram as problemáticas da
realidade.
O inconformismo está na diferença entre o que o governo
arrecada em âmbito tributário e o que oferece em benefícios. Aos poucos, as
pessoas vão deixando de lado seu indiferentismo político e passam a se verem
como protagonistas de um processo de transformação em andamento.
Pela primeira vez na história, os gestores públicos estão
sendo demandados com firmeza e estes, como era de se supor, relutam em
abandonarem as velhas práticas habituais, na convicção plena de que brasileiro
tem memória curta. Se permanecerem inertes à opinião das ruas, a tendência será
a de um caos institucional com consequências imprevisíveis, mas certamente
catastróficas.
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