Se a presidente Dilma Rousseff se dispuser a alguns momentos
de sinceridade com os brasileiros, que em maioria a sufragaram em outubro para
novo mandato, deveria providenciar o seguinte anúncio, caso seja bem sucedida
em sua intenção de reajustar a tabela do Imposto de Renda em 4,5%:
“Acabo de assinar uma medida provisória corrigindo a tabela
do Imposto de Renda, de modo diferente ao que estamos fazendo nos últimos anos,
agora para não favorecer aqueles que vivem da renda do seu trabalho. Isso vai
significar uma importante perda salarial indireta e menos dinheiro no bolso do
trabalhador''.
Exagero? Não, a aceitar o critério da presidente exposto em
maio do ano passado, quando ela apareceu na TV em pronunciamento no qual
afirmou:
“Acabo de assinar uma medida provisória corrigindo a tabela
do Imposto de Renda, como estamos fazendo nos últimos anos, para favorecer
aqueles que vivem da renda do seu trabalho. Isso vai significar um importante
ganho salarial indireto e mais dinheiro no bolso do trabalhador''.
Para quem só acredita vendo, basta clicar neste link, da TV
NBR.
Em maio de 2014, Dilma já estava, ainda que não
oficialmente, em campanha pela reeleição.
Na campanha, pregou como aliada dos assalariados.
Agora, garfa-os. Com reajuste do Imposto de Renda abaixo da
inflação, “aqueles que vivem da renda do seu trabalho'' pagarão mais imposto e
receberão menos salário.
Também na campanha, a petista contou com a ajuda de João
Pedro Stedile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Reeleita, nomeou ministra da Agricultura um dos mais ásperos
adversários dos sem-terra, a representante do agronegócio Kátia Abreu.
Tudo isso não é novidade, a campanha em nome dos interesses
dos mais pobres e a formação de um governo da presidente Dilma com o
primeiro-ministro Joaquim Levy, recrutado diretamente no mercado financeiro.
A demonização do programa de Aécio Neves trocada por uma
agenda, na essência, parecida.
Fico pensando: com toda a combatividade de campanha,
bradando contra os poderosos e defendendo quem mais precisa do Estado, o que a
candidata Dilma Rousseff diria da presidente Dilma Rousseff em seu segundo
mandato?
No mínimo, “estarrecida''.
Ficaria por aí?
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