Foi aprovada, ontem, uma lei sob encomenda para abortar as
intenções de Gilberto Kassab, Ministro das Cidades e ex-prefeito de São Paulo.
A novela é a seguinte: Kassab, com incentivo da presidente
Dilma, está criando um novo partido político, o PL, de perfil e programa
liberal. Ocorre que ele já fundou um, O PSD -Partido Social Democrata, há 4
anos., sob as asas do qual, juntou todos os deputados que se sentiam
prejudicados ou sem prestígio em sua legenda original. Hábil articulador, ele
logrou, em apenas um ano de trabalho, o que Marina Silva, com todo o seu
carisma, não conseguiu até hoje, ter um partido para chamar de seu, no caso. o
"Sustentabilidade".
E o PSD de Kassab, não nasceu pequeno, já conta hoje com a
5ª maior bancada da Camara, o que lhe confere um cacife político respeitável.
Mas, para os projetos políticos de Kassab, um único partido, de médio porte,
ainda não é o suficiente. O seu plano agora é fundar um outro partido, de
perfil e programa diferenciado, com um corte liberal, para atrair uma nova leva
de deputados, identificados com o Liberalismo.
Onde ele pretende buscá-los? Em todos os atuais partidos,
mas, em especial no PMDB. (Vale a pena lembrar que ele fundou o PSD,desfalcando
a bancada do DEM.) A ideia, com apoio da presidenta Dilma, é justamente
libertá-la da dependência que o seu governo tem dos peemedebistas.
O plano, obviamente, conta com imensa má vontade do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que lastreia toda a sua força moral no
PMDB, partido do qual já foi líder e agora segue cegamente às suas ordens (
dizem que o vice-presidente da República, vem se sentindo desprestigiado, uma
vez que, agora, Eduardo Cunha é o "cara".) A lei que foi aprovada
ontem, atende a um desejo de E.C. de cortar as asas de Kassab, uma vez que
impede qualquer fusão de partidos antes que eles tenham completado 5 anos de
vida oficial.
Segundo se diz, o plano de Kassab era o de fundir as suas
duas legendas em uma só, criando assim um partido de grande porte, em condições
de libertar Dilma, que se vê como refém do PMDB.
Kassab já provou que é um político habilidoso. Se tinha
ideia de fundir as duas legendas, agora, como não pode mais fazê-lo, deve estar
estudando como toca-las separadamente. Há um precedente histórico: Getúlio
Vargas também fundou dois partidos, com perfis antagônicos: um, por
coincidência, (ou não) tinha o nome de PSD onde alojou todos os políticos de
perfil fisiológico. Já o outro, o PTB, era essencialmente programático e serviu
para atrair boa parte dos políticos com inclinações esquerdistas da época.
A diferença com relação aos planos de Kassab, é que o novo
partido terá fortes inclinações direitistas e liberais. talvez porque seus
estrategistas entendam que o campo da esquerda já está tomado por um sem número
de legendas.
Com Getúlio a estratégia deu certo. Vamos ver agora, com
Kassab.
Do Blog do João Mellão Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário