Cid Gomes, ministro da Educação, é um político provinciano.
Menos por ter feito carreira até aqui exclusivamente no seu Estado, o Ceará.
Mais por proceder como alguém que mesmo distante de sua província se comporta
como se não tivesse saído de lá.
Um exemplo?
Outro dia, em visita ao interior do Pará, ele disse que o
Congresso era um antro de 300 a 400 deputados que “quanto pior melhor para
eles”. Disse também que tais deputados querem enfraquecer o governo para
achacá-lo melhor.
Ciro deve ter imaginado que seu ataque aos deputados não
repercutiria em Brasília. Acostumado a tentar assustar a imprensa cearense na
base do grito e da pressão, talvez contasse com o mesmo receituário para lidar
com a imprensa em geral.
Quebrou a cara.
Hélder Barbalho (PMDB-PA), ministro da Pesca, conseguiu uma
gravação do que Cid dissera no Pará e passou adiante. Uma vez divulgada, ela
provocou a convocação de Ciro para que fosse se explicar na Câmara.
A falsa esperteza provinciana deixou-o ainda mais
encrencado. Na véspera do depoimento na Câmara, Cid se internou no Hospital
Sírio Libanês, em São Paulo, com sinusite, dor de cabeça, febre e sintomas de
uma forte gripe.
Três deputados que são médicos foram enviados pela Câmara
para conferir se o estado de saúde dele, de fato, inspirava cuidados.
Então Cid orientou sua assessoria a plantar na imprensa a
informação de que os três visitantes foram enxotados de lá pela direção do
hospital.
Nada mais falso. Nada de parecido aconteceu. E tão logo Cid
seja declarado curado, terá de comparecer à Câmara. Não na condição de
convidado Mas na de convocado.
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