Da Exame
Para onde vai o seu dinheiro nas Assembleias Legislativas
São Paulo – Os deputados estaduais brasileiros gastam
demais, têm muitos funcionários e, em alguns casos, têm salário acima do
permitido – tudo pago com o seu dinheiro. A conclusão é de um relatório da ONG
Transparência Brasil divulgado esta semana.
Segundo o estudo, deputados de ao menos cinco estados ganham
mais do que o teto permitido, que é de R$ 25.322. Para burlar esse limite, eles
recebem gratificações quando presidem comissões na Casa ou quando fazem parte
da mesa diretora.
A Transparência Brasil descobriu também que muitos deputados
estaduais têm direito a verbas indenizatórias “astronômicas”. Esse dinheiro é
usado para gastos como escritório, passagens aéreas e aluguel de veículos.
Na Câmara dos Deputados em Brasília, o teto da verba
indenizatória varia entre R$ 30 mil e R$ 45 mil, dependendo do estado de origem
do parlamentar. Nas Assembleias estaduais, porém, há limites de até R$ 65 mil,
como é o caso do Mato Grosso.
Detalhe: diferente dos federais, os deputados estaduais
trabalham em seu próprio estado de origem e não têm a necessidade de viajar
longas distâncias toda semana.
Outro ponto de desperdício é a verba de gabinete – dinheiro
destinado à contratação de assessores para o parlamentar. Os deputados federais
em Brasília têm um teto de R$ 92 mil, para contratar 25 pessoas.
Pois nos estados há valores bem maiores. No Distrito
Federal, por exemplo, a verba de gabinete é de impressionantes R$ 173,2 mil,
quase o dobro da verba disponível para os deputados federais. Esse montante faz
com que os deputados estaduais do Distrito Federal sejam os mais caros do país,
de acordo com o levantamento.
Três estados não entraram no estudo, pois não
disponibilizaram os dados necessários: Acre, Maranhão e Sergipe. Outros
aparecem apenas com parte das informações, como o Amapá (que não mostra a verba
de gabinete de seus deputados).
Clique nas fotos e veja quanto o seu estado gasta com
deputados estaduais, e em quais locais as verbas são maiores do que as dos
parlamentares federais. Vale lembrar que tudo isso é pago por você.
Por Mariana Desidério, da Exame.com
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