As perdas da caderneta de poupança acumulam 32,28 bilhões de
reais no acumulado do ano, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC),
nesta sexta-feira. Apenas em maio, quinto mês seguido de saldo negativo, o
volume de saques superou o de depósitos em 3,19 bilhões de reais, o pior
resultado para o mês dentro da série histórica do BC, que começa em 1995. Com o
resultado de maio, o saldo total da poupança ficou em 648,772 bilhões de reais,
um pouco acima do registrado em abril (648,30 bilhões de reais).
A situação de maio só não foi pior porque, no último dia
útil do mês, a quantidade de aplicações superou em 3,99 bilhões de reais o
volume de retiradas. Até o dia 28, o saldo da caderneta estava no vermelho em
7,19 bilhões de reais. É comum haver um aumento dos depósitos no último dia de
cada mês em função de aplicações automáticas e de sobras de salários.
O que se tem visto nos últimos meses, no entanto, é que essa
sobra tem sido cada vez menor. Além disso, com o atual ciclo de alta dos juros
básicos e do dólar tornando outros investimentos mais atraentes, a caderneta de
poupança perde o brilho.
Como os recursos da poupança servem para ajudar a financiar
o crédito imobiliário, a sucessão de resultados negativos tem impactado os
financiamentos. Com isso, o governo tem apertado as regras de concessão de
crédito e lançará mão de outros mecanismos, como o FGTS, para não desaquecer
completamente o mercado imobiliário.
Há três anos a forma de remuneração da aplicação mudou. Pela
regra de maio de 2012, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou
menor do que 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial
(TR). Atualmente, a taxa básica está em 13,75% ao ano. Quando o juro sobe a
partir de 8,75% ao ano passa a valer a regra antiga de remuneração fixa de 0,5%
ao mês mais a TR.
Via Veja, com Estadão Conteúdo
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