Apareceu coisa mais grave do que a reação de Eduardo Cunha à
denúncia que responderá perante o Supremo Tribunal Federal, tendo-se declarado
em oposição à presidente Dilma. A Procuradoria da República no Distrito Federal
formalizou investigação contra o ex-presidente Lula, por tráfico de influência
internacional favorecendo empreiteiras. Ao mesmo tempo presidentes dessas
empresas continuarão presos como envolvidos na operação Lava Jato.
Por seu advogado, o primeiro companheiro defende-se, negando
haver recebido propina ou comissão para sustentar interesses privados, alegando
que suas viagens ao exterior se fizeram para pronunciar palestras sobre o
desenvolvimento econômico brasileiro.
Junte-se a essa explosiva equação a possibilidade de o
Tribunal Superior Eleitoral concluir que dinheiro sujo surripiado da Petrobras
serviu para alavancar a campanha da presidente Dilma à reeleição, mais as
contas do governo de Madame virem a ser recusadas no Tribunal de Contas da
União, e se terá a receita de um país posto em fragalhos. Para cada lado que se
olhe emerge o espectro da corrupção. Encontram-se sob suspeita ministros do
atual governo, parlamentares, além dos presidentes da Câmara e do Senado. Sem
falar em empresários de alto coturno e dirigentes de partidos grandes e
pequenos.
Só que a cereja do bolo parece ser o Lula, se não puder
livrar-se das acusações de parcerias malfeitas com empreiteiras. Saiu pelo ralo
a versão dele ser inatingível. As últimas pesquisas dão conta de que seria
derrotado por Aécio Neves numa eleição presidencial. De seu partido, o PT, não
tem recebido senão sussurros de solidariedade, coisa que nem isso Dilma
consegue.
Em suma, as instituições nacionais andam de cabeça para
baixo, restando a indagação de como se comportará a população, ainda mais
diante da crise econômica, do desemprego crescente, da sombra da inflação, da
redução de direitos trabalhistas, do aumento de impostos, tarifas e, acima de
tudo, do custo de vida em ascensão permanente. Em boa coisa não acabará o
esgotamento da paciência nacional.
ATÉ A REELEIÇÃO PODE CONTINUAR
A Câmara enterrou a ampliação de mandatos que seria natural
com o fim da reeleição. Perceberam os deputados que o Senado vetaria a redução
para cinco anos dos períodos de seus integrantes e, assim, melhor não mudar
nada. Só que o fim da reeleição ficou dependurado num galho que vai
apodrecendo. Pode ser que os senadores agora decidam pela permanência de dois
mandatos consecutivos para presidentes da República, governadores e prefeitos.
Vai para as profundezas a reforma política...
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