Da Veja
"Falso." O carimbo vermelho sobre um extrato
bancário. Essa imagem circulou freneticamente pelas redes sociais na semana
passada impulsionada pelo senador carioca Romário de Souza Faria, o imortal
craque que tantas alegrias deu aos brasileiros nos gramados e que tenta a mesma
sorte na política. O extrato de uma conta-corrente no banco BSI, da Suíça, com
saldo equivalente a 7,5 milhões de reais, havia sido publicado por VEJA na
semana anterior. O carimbo vermelho foi colocado pelo senador depois da viagem
a Genebra.
"Chateado! Acabei de descobrir aqui em Genebra, na
Suíça, que não sou dono dos R$ 7,5 milhões", postou o ex-craque.
O senador Romário deve ter se tornado, na última semana, a
primeira pessoa a voar para a Suíça motivada pelo extrato de uma conta que ele
garante não possuir e depois anunciar, triunfante, que não tem mesmo. Ele
viajou acompanhado da ex-mulher Isabella Bittencourt, que já morou na Suíça,
onde ainda tem família. Na quarta-feira, acompanhado de Isabella e de dois
advogados, foi ao BSI. Tomou lá suas providências e saiu anunciando não ser
dono daqueles milhões. O BSI, comprado no ano passado pelo brasileiro BTG
Pactual, de André Esteves, se comprometeu com os advogados de Romário a se
posicionar sobre o caso.
Procurado por VEJA antes da publicação da reportagem,
Romário foi bem menos enfático. Disse ele: "Para ser sincero, não sei se
fechei (contas na Europa). Mas nunca mais movimentei. Não tenho conhecimento
dessa (na Suíça). Até agradeço você me dizer". Nas redes sociais, a
princípio, Romário ainda não estava de todo certo: "É possível que tenha
sobrado algum rendimento. Honesto e suado". A viagem-relâmpago à Suíça e a
visita à agência do BSI de Genebra subiram o tom do discurso. Romário saiu de
lá aliviado. VEJA publicou a reportagem sobre o senador Romário, um servidor
público, cumprindo o papel mais nobre da imprensa. O extrato que ilustra a
reportagem está nas mãos do Ministério Público Federal. Ao contrário de
Romário, VEJA não tem nenhuma razão para duvidar da autenticidade do extrato
que publicou. Essa conta, portanto, não fecha facilmente.
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