O Partido Comunista do Brasil (PCdoB-MA) divulgou nota
oficial nesta segunda-feira (21) condenando as declarações do deputado estadual
Fernando Furtado contra os índios da tribo Awá-Guajá e contra os homossexuais,
no dia 4 de julho, durante audiência pública em São João do Caru, a 359 km de
São Luís.
"A declaração do deputado é uma falta grave cometida
contra índios, homossexuais e com o nosso partido, razão pela qual a repudiamos
publicamente", diz a nota.
O deputado comunista ofende os índios chamando-os de maneira
pejorativa de 'viadinho' e 'baitola'.
“Lá em Brasília o Arnaldo viu, os índios tudo de
camisetinha, tudo arrumadinho, com flechinha, tudo um bando de viadinho. Tinha
uns três que eram viado, que eu tenho certeza, viado. Eu não sabia que tinha
índio viado, fui saber naquele dia em Brasília. Então é desse jeito que tá.
Como é que índio consegue ser viado, ser baitola e não consegue produzir?
negativo…”, disse.
Segundo o PCdoB, trata-se de uma equivocada manifestação
individual do deputado Fernando Furtado. O partido que espera do parlamentar a
devida retratação em relação aos indígenas, aos homossexuais e ao partido.
Procurado pelo G1, o deputado Fernando Furtado, disse que
não tinha nada a afirmar sobre o assunto e que iria tomar as devidas
providências sobre as denúncias. “Nesse momento não tenho nada a declarar”,
argumentou.
Fernando Furtado disse que somente iria se pronunciar após
analisar todo o conteúdo dos áudios. “Eu vou requerer na Justiça todos esses
áudios e vou analisar e ver se realmente procede com o que está sendo
veiculado. Caso sejam meus, eu darei uma declaração”, afirmou.
Sobre a sua participação na audiência pública na cidade de
São João do Caru, Fernando Furtado disse que não se recordava do evento, pois,
segundo ele, são constantes as suas viagens em todo o estado. “Eu me recordo de
ter andado o Maranhão todo, mas nessa cidade eu não sei te responder. Eu já fui
a uma cidade mais de uma vez”, finalizou.
Segundo o advogado Diogo Cabral, a Sociedade Maranhense de
Direitos Humanos (SMDH), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Cáritas do
Maranhão vão entrar com queixa-crime contra o deputado Fernando Furtado na
Assembleia Legislativa por quebra de decoro parlamentar, e, no Ministério
Público Federal (MPF), por incitação ao ódio e atentado a etnia.
"Foi uma conduta criminosa do deputado Fernando Furtado
que destaca o ódio contra a etnia Awá-Guajá que tem sido exterminada. Esse
discurso do ódio do parlamentar se alinha com a prática criminosa dentro de
terras indígenas e reservas biológicas aqui no Maranhão", disse.
Retratação
Por volta de 20h, o deputado enviou nota ao G1 reconhecendo
o erro e pedindo desculpas aos indígenas, homossexuais, ao PCdoB e a todo o
povo do Maranhão. Na retratação, Fernando Furtado diz que em nenhum momento
teve a intenção de denegrir a imagem do povo indígena e que se deixou levar
pelo calor do momento.
Leia a nota na íntegra
Do G1, MA
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