Reportagem da revista Economist desta semana faz uma análise
da situação econômica do Brasil e compartilha a opinião de Alberto Ramos,
economista do banco de investimento Goldman Sachs, de que o governo está
"jogando a toalha". A matéria começa questionando o envio de um
orçamento deficitário ao Congresso quando a popularidade da presidente Dilma
está abaixo de 10%, enfrenta inúmeros pedidos de impeachment e perdeu o
controle da base aliada na Câmara e no Senado.
A matéria chega a dizer que "em uma visão caridosa"
Dilma estaria tentando fazer com que os parlamentares tomem decisões difíceis e
não apenas reprovar as propostas fiscais do governo. Entretanto, a visão mais
condizente com a realidade, e adotada pelos mercados, é de que ela simplesmente
não sabe como tirar o Brasil da recessão. As consequências foram sentidas
imediatamente com a queda no índece Ibovespa em mais de 2%, além da alta do
dólar ao maior patamar desde 2002.
O risco de rebaixamento da nota de crédito da economia pelas
agências internacionais, com a perda do grau de investimento, também foi levada
em conta, inclusive questionando os motivos de isso ainda não ter acontecido.
Segundo a Economist, Dilma está numa sinuca de bico e, acuada, cogitou a volta
da CPMF, mas desistiu assim que percebeu, e foi avisada pelo vice Michel Temer,
que iria perder feio no Congresso.
Sobrou até para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que
queria cortar mais gastos e enviar um bom sinal para investidores
internacionais, mas foi vencido dentro do governo. A reportagem lembra que
Dilma fracassou, desde que foi eleita em 2010, em atingir metas econômicas.
Sobrou até para o ex-ministro Guido Mantega, "conhecido por prometer
demais", e para o presidente do Senado, Renan Calheiros, acusado de
desempenhar vários papéis junto à presidente Dilma este ano, ora aliado, ora
opositor.
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