A nova edição da revista The Economist que chega às bancas
neste fim de semana destaca o enfraquecimento do ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, e os riscos que o Brasil enfrenta ao entregar para o Congresso a
responsabilidade de resolver parte dos problemas fiscais. Para a revista, a
perda de espaço e prestígio de Levy nas recentes negociações sobre o tema
"é um mau presságio".
Com o título "Tempos desesperados, movimentos
desesperados", a reportagem sobre o Brasil é a principal da editoria
"Américas" da edição desta semana. Para a revista, a presidente Dilma
Rousseff, que sofre com o cenário econômico desfavorável, jogou o desafio de
resolver as contas públicas ao Congresso.
A publicação nota que a decisão "enfraquece o ministro
da Fazenda, Joaquim Levy, que teria feito lobby para mais cortes de gastos e
era uma figura reconfortante para os mercados". A Economist nota que Dilma
não tem conseguido entregar bons resultados econômicos desde 2010 e que muitos
atribuíam os problemas ao ex-ministro Guido Mantega. "Substituí-lo por
Levy era supostamente para corrigir esse problema; essa perda de prestígio é um
mal presságio".
A revista nota que o governo tem pouco espaço para reagir e
cita que cerca de 90% do Orçamento tem destinação preestabelecida. "Se o
governo fosse forte e confiante, poderia reconhecer a necessidade de aumento da
dívida no curto prazo. Mas para empurrar as reformas para o Congresso seria
preciso ter vontade e capital político e isso não foi feito durante os anos do
boom do Brasil, quando teria sido mais fácil".
Diante desse cenário, a revista cita o economista Mansueto
Almeida, que diz que "o mistério" é saber por que o Brasil ainda não
perdeu o grau de investimento. (Estadão).
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