Os saques da poupança superaram os depósitos em novembro,
pelo décimo primeiro mês seguido, de acordo com dados divulgados pelo Banco
Central nesta sexta-feira (4). A diferença foi de R$ 1,303 bilhão.
É o pior resultado para o mês de novembro desde 1995, quando
começa a série histórica do BC.
No ano, a poupança já perdeu R$ 58,358 bilhões.
Apesar de negativo, o desempenho em novembro foi melhor do
que o registrado em outubro, quando a conta tinha sido negativa em R$ 3,264
bilhões.
Em todo o ano passado, a poupança conseguiu atrair mais
recursos do que foi sacado: R$ 24,034 bilhões. Apesar de positivo, foi o menor
resultado desde 2011.
Efeito no crédito para a casa própria
A caderneta de poupança é principal fonte de financiamento
imobiliário do país, por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
(SBPE).
Como isso, a Caixa Econômica Federal, principal banco de
financiamento imobiliário do país, e outros bancos enfrentam um cenário
difícil, com menos recursos para emprestar nesta modalidade de crédito.
Neste ano, a Caixa já elevou três vezes o preço cobrado dos
empréstimos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), além de reduzir, de 90%
para 80% a cota máxima de financiamento do imóvel no Sistema de Amortização
Constante (SAC) e 50% pela tabela Price.
Por que estão fugindo da poupança?
Os fatores que ajudam a explicar os saques continuam os
mesmos: inflação elevada, aumento do desemprego, menor crescimento da renda do
trabalhador e maiores gastos com tarifas e combustíveis neste ano.
A alta da taxa básica de juros (Selic), que está em 14,25%
ao ano, também tira atratividade da caderneta, que perde em rentabilidade para
outros investimentos mesmo considerando a isenção de Imposto de Renda.
Desde o fim de agosto de 2013, a poupança voltou a ser
remunerada pela "fórmula antiga" de 0,5% ao mês mais TR. Pela regra
atual, se a Selic voltar a ficar abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento será
equivalente a 70% da taxa básica de juros.
Via UOL, com Reuters e Valor
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