Da coluna Direto da Fonte, O Estado de S.Paulo
FHC fez rasante, esta semana, no set de filmagens de 3.000
Dias no Bunker, longa de ficção sobe o Plano Real, dirigido por Rodrigo
Bittencourt. Recebido pelo produtor Ricardo Fadel Rihan, na antiga mansão de
Edmar Cid Ferreira — que serve de cenário como o Palácio do Alvorada — o
ex-presidente ficou cara a cara e trocou breves palavras com o ator Norival
Rizzo, que vai interpretá-lo no longa. Ao assistir, in loco, uma cena na qual
Rizzo discute com o ator que faz José Serra, sobre os rumos do País, afirmou,
satisfeito: “É, temos alguma similitude”, o que deixou alegre o produtor.
Nesse trecho do filme, o ex-presidente viu ainda uma cena em
que José Serra faz críticas a Gustavo Franco. ‘Só essa aí já vai dar briga”,
comentou ao final, abrindo um sorriso tímido.
Ainda assim, ele considerou “muito importante” os fatos estarem sendo
retratados, ainda que em uma obra ficcional.
Rihan relatou à coluna que começou a produzir o filme em
2013. Na época, ainda sem a Lei das Biografias, era necessário coletar
autorizações para a filmagem. Segundo o produtor, FHC autorizou sem nenhuma
resistência e tampouco fez qualquer indagação sobre o tom do filme ou
restrição. À coluna, o presidente
ponderou: “É assim que tem que ser”.
Nem todos os personagens, no entanto, mostraram o mesmo espírito
de colaboração, lembra o produtor, que define o trabalho como “um thriller
político não ideológico”. Ele acrescenta: “A companhei o desenvolvimento do
Plano Real. Queríamos contar essa história, que é muito impressionante, muita
gente desconhece os bastidores ou não se lembra do que era ter uma inflação de
40% ao mês”. Ele informou, também, que Cacá Diegues, consultor artístico e
produtor associado, lembrou que esse filme é o primeiro do gênero a ser feito
no Brasil.
O timing do filme também acabou sendo propício, pelo momento
do País e a discussão do papel de um vice-presidente. “A figura de Itamar é
pouco comentada. No filme mostramos como ele foi essencial para que se
desenvolvesse o Plano Real”, completou Rihan. O longa foi aprovado pela Ancine e
a Secretaria de Cultura de SP e tem ainda a Globo Filmes como produtora
associada. A previsão é que ele entre em cartaz no ano que vem.
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