A rede de computadores da Secretaria de Educação da
Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de Fernando Haddad (PT), foi usada por um
internauta que teve o sigilo dos dados quebrado pela Justiça por vincular o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao consumo e ao tráfico de drogas.
As postagens ofensivas foram feitas no ano de 2014, quando o
senador concorreu ao Palácio do Planalto contra a ex-presidente Dilma Rousseff
(PT). O perfil que utilizou a rede da Secretaria de Educação escreveu mensagens
chamando Aécio de "bêbado" e acusando o tucano de ter vínculo com o
tráfico.
Os dados constam de um processo movido por Aécio contra
provedores de telefonia e internet com o objetivo de identificar o que chama na
ação de uma "rede articulada" de detratores.
O mineiro iniciou sua cruzada contra os ataques virtuais
ainda no ano de 2014 e, desde então, tem dado continuidade a esses processos
para buscar reparação judicial.
Hoje, ele patrocina três ações na Justiça de São Paulo para
chegar à identidade dos internautas que entende terem encabeçado essa rede
difamação virtual.
Aécio vem tendo sucesso na ofensiva, com consecutivas
decisões favoráveis à quebra do sigilo dos dados dos perfis citados por ele.
Com isso, descobriu-se, por exemplo, que ataques ao tucano
partiram de computadores da Secretaria de Comunicação de Guarulhos —sob a
gestão petista— do Ministério da Fazenda e do Serpro, órgãos do governo federal
á época sob o comando de Dilma. Todos esses casos foram revelados pela Folha.
A ação que vinculou os ataques à Secretaria de Educação da
cidade de São Paulo corre agora em segredo de Justiça. Segundo a reportagem apurou
cruzando informações que estão nos autos com registros do Diário Oficial de São
Paulo, o autor das postagens é um professor de ensino fundamental que chegou a
atuar em diretorias regionais de educação da cidade.
Na decisão, a juíza que autorizou a quebra do sigilo disse
entender que os "documentos juntados [ao processo] comprovam a existência
de postagens na internet de caráter ofensivo à imagem".
Procurada, a assessoria de imprensa da Prefeitura de São
Paulo reconheceu que o IP (espécie de identificação digital da rede usada)
listado no processo pertence à Secretaria de Educação.
A assessoria informou que a pasta está "fazendo uma
pesquisa entre seus 83 mil funcionários para saber qual deles usou
indevidamente a rede pública para publicar mensagens de conteúdo privado".
"O que ele [internauta] publicou não guarda semelhança com a posição da
secretaria ou da Prefeitura."
Já a assessoria do senador enviou mensagem produzida pelos
advogados de Aécio, na qual a banca ressalta que "as informações obtidas decorreram
de liminares concedidas pela Justiça com expresso reconhecimento de que as
pessoas envolvidas cometeram atos ilícitos por meio das redes sociais".
Outro tucano que decidiu acionar a Justiça para identificar
seis usuários do Twitter que o chamam de "ladrão da merenda" foi o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O caso foi revelado esta semana pela
Folha.
"Não restou alternativa, pois, sem as informações que
se busca, não há como realizar a citação de cada um dos responsáveis para
apuração de sua conduta pelo poder Judiciário", argumenta o advogado de
Alckmin na ação.
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