O governo Geraldo Alckmin (PSDB) se recusou a receber a
notificação de decisão judicial que barra o aumento da tarifa da integração
entre ônibus e trilhos na última sexta-feira (6).
Com isso, o governo manteve o reajuste de 14,8% na
integração entre ônibus e trens da CPTM e ônibus-metrô. As integrações
aumentaram de R$ 5,92 para R$ 6,80, valor acima dos 6,4% da inflação (IPCA)
projetada para o ano. Já a tarifa básica foi mantida em R$ 3,80 para ônibus e
trilhos.
Na sexta, a Justiça concedeu liminar após pedido de
suspensão do reajuste feito pela bancada do PT na Assembleia Legislativa. A
decisão do juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho afirmou que as pessoas que
moram em locais mais distantes serão as mais prejudicadas.
O oficial de justiça João Carlos Siqueira Maria relatou, em
documento anexado ao processo, que no mesmo dia da decisão, às 17h20, foi até a
sede do governo estadual para entregar a notificação.
O governador não estava, segundo o oficial. O assessor do
governador Pedro Henrique Giocondo foi informado do teor da liminar. No
entanto, foi orientado pela Procuradoria do Estado a não receber a notificação.
A assessoria de imprensa do governo afirmou que o assessor
que recebeu o oficial de justiça "não tem delegação para receber
intimações em nome do governador e que, de qualquer forma, não poderia fazê-lo,
uma vez que o despacho na Ação Popular requeria a citação pessoal de Geraldo
Alckmin".
A nota do governo afirma que "o governador não se
recusou a receber o comunicado do Poder Judiciário".
Ainda segundo a assessoria, até as 16h30 desta segunda não
houve nova tentativa de citar o governador.
"De modo autônomo, o governo dará entrada ainda nesta
tarde a medida cautelar para sustar os efeitos da suspensão do reajuste, que
considera danosos ao interesse público", acrescenta a nota.
"MAL INFORMADO"
Mais cedo, o secretário estadual de Transportes
Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirmou que o aumento da integração das
passagens entre trilhos e ônibus foi mantido apesar de decisão judicial
contrária porque o governo ainda não foi notificado.
Ele ainda criticou o juiz por dizer que o reajuste afeta
pessoas que moram em locais mais distantes. "Infelizmente, o juiz eu acho
estava mal informado. Porque o Metrô e a CPTM [Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos] são integrados há muito tempo. Por R$ 3,80, se você comprar um
bilhete no centro, você pode ir para Jundiaí, você pode ir para Mogi das Cruzes",
disse.
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