Do G1
Além do Palácio do Planalto, outros edifícios frequentados
por algumas das maiores autoridades do país não possuem câmeras de segurança.
Também não há registro de imagens no Palácio da Alvorada, residência oficial do
presidente da República; no Palácio do Jaburu, residência do vice; e na Granja
do Torto, casa de campo da Presidência.
A informação foi revelada pelo chefe do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, numa entrevista à
revista “Veja” e reafirmada ao Jornal Nacional.
O ministro considera a ausência de câmeras uma
vulnerabilidade séria na segurança do presidente. “Nenhuma das instalações
presidenciais tem sistema de câmera de vídeo hoje”, disse.
O Palácio do Planalto, onde fica o gabinete do presidente e
de ministros da cúpula do governo, está sem câmeras desde 2009, quando o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu uma reforma no local. Antes,
havia câmeras em todos os andares.
'Conveniente'
À revista “Veja”, perguntado se as câmeras foram retiradas
propositalmente, Etchegoyen disse que achava que sim, e que a situação era de
"descontrole". Ele avaliou que, na época, foi conveniente que o
Palácio do Planalto ficasse assim.
“É muito conveniente em função que não há registros a serem
mostrados, nem pra defesa das pessoas, nem para acusação do Ministério Público.
Não tem registro para mostrar”, afirmou.
No Palácio do Planalto, toda pessoa que entra é registrada.
Mas dentro do prédio, a circulação não é monitorada: se o visitante conseguir
chegar ao gabinete de um ministro, depois for a outro e fizer reuniões com
pessoas de um terceiro ministério não haverá nenhuma imagem que mostre como foi
essa circulação.
Por isso, o ministro do GSI disse que não pôde atender a
pelo menos três pedidos judiciais para repasse de imagens.
“Foram documentos, foram requisições da Justiça, se não me
engano uma do Congresso, que pediu imagens que nós não tínhamos para mostrar,
lamentavelmente”, afirmou.
Sem as câmeras dentro do Palácio do Planalto, desde 2009,
ficaram a descobertos registros com importantes secretários e ministros que são
investigados na Lava Jato ou em outras operações.
Nova licitação
Atualmente, o governo está fazendo uma nova licitação de um
sistema de segurança integrado para todos os palácios. O processo foi aberto
ainda durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (leia mais abaixo).
A expectativa é que até o fim do ao esteja tudo funcionando.
O custo total será de cerca de R$ 10 milhões.
O que disseram Lula e Dilma
O Instituto Lula disse que durante o período de governo do
ex-presidente, a agenda de trabalho no Palácio do Planalto sempre foi pública e
acompanhada pela imprensa.
Em nota, a ex-presidente Dilma Rousseff informou que desde a
época da reforma, entre 2008 e 2009, o próprio GSI apresentou projeto para trocar
todo o sistema de vigilância do Palácio do Planalto e residências oficias, mas
que o projeto foi sofrendo alterações, apesar de haver recursos disponíveis
para sua execução.
Em 2012, o órgão abriu processo de licitação para um esquema
de segurança que previa circuito interno de TV, controle de acesso e
localização em tempo real. Em 2014, esclareceu a assessoria de Dilma, saiu o
resultado, mas o GSI anulou a licitação por considerar que alguns itens de
fornecimento estavam acima do preço de mercado.
Após anulação, ainda durante o governo de Dilma, o GSI abriu
nova licitação, a mesma que ainda está em curso.
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