O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu
nesta sexta-feira o programa de admissão de refugiados, um dos mais ambiciosos
do mundo para a recepção de vítimas de conflitos.
Criado por uma lei de 1980, o programa federal de
reinstalação de refugiados permitiu acolher cerca de 2,5 milhões de pessoas,
segundo o instituto de pesquisas Pew.
Uma semana após chegar à Casa Branca, Trump firmou o decreto
"Proteger a Nação da entrada de terroristas estrangeiros nos Estados
Unidos", que prevê a suspensão total, durante quatro anos, do programa de
admissão de refugiados, assim como o congelamento, por três meses, da entrada
no país de pessoas provenientes de sete países muçulmanos: Iraque, Irã, Líbia,
Somália, Sudão, Síria e Iêmen.
O decreto também proíbe definitivamente a entrada de
refugiados sírios.
Desde início do conflito na Síria, em 2011, os Estados
Unidos receberam 18 mil refugiados daquele país.
Apenas no ano fiscal de 2016 (1º de outubro a 30 de
setembro), os Estados Unidos do presidente Barack Obama receberam 84.994
refugiados, sendo mais de 10 mil sírios.
No ano fiscal de 2017, Trump pretende receber menos da
metade dos refugiados acolhidos em 2016.
A administração Obama, que em setembro de 2015 admitiu que
poderia "fazer mais" sobre o tema, havia fixado o objetivo de acolher
110 mil refugiados em 2017.
Desde a posse de Trump, no dia 20 de janeiro, 2.089
refugiados já foram reinstalados nos Estados Unidos, enquanto a Casa Branca
preparava o decreto firmado nesta sexta-feira.
A administração Obama se vangloriava de possuir um dos
sistemas de admissão e seleção de refugiados mais rigorosos do planeta, que
impedia que um "terrorista" passasse pelos controles estabelecidos.
O processo de admissão de um refugiado podia durar entre 18
e 24 meses, uma lentidão que provocava fortes críticas das organizações
humanitárias.
O programa foi congelado por três meses após os atentados de
11 de setembro de 2001, recordou o instituto Pew.
Da AFP, via UOL
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