Do blog Por dentro da Metrópole, O Estado de S.Paulo
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) sofreu mais uma derrota
judicial em sua tentativa de aumentar o valor de tarifas de integração de
ônibus e metrô, de criar taxas de acesso a terminais de ônibus e de reajustar
as tarifas de ônibus intermunicipais. Ele havia recorrido ao Superior Tribunal
de Justiça (STJ), mas a decisão foi pela não aceitação de seu pedido.
Alckmin havia buscado recurso em Brasília para tentar
reverter quatro decisões da Justiça paulista que o impediram de fazer os
aumentos, que previam a manutenção da tarifa básica de metrôs e trens a R$ 3,80,
em sintonia com seu afilhado político, o prefeito de São Paulo João Doria
(PSDB), que teve no congelamento da passagem de ônibus uma de suas principais
bandeiras durante a eleição.
O governo havia ingressado pedido de suspensão de liminar e
de sentença contra o Tribunal de Justiça de São Paulo, alegando um prejuízo
projetado em cerca de R$ 400 milhões neste ano caso a proibição de aumentar as
passagens fosse mantida e que a decisão ignoraria índices contratuais de
reajustes de concessões — no caso dos ônibus intermunicipais, administrados
pela Empresa Metropolitana da Transportes Urbanos (EMTU).
O ministro do STJ Humberto Martins, vice-presidente do
tribunal, no exercício da Presidência, transcreveu as decisões já tomadas pelo
TJ de São Paulo ao negar o pedido. “Não identifico nenhuma violação jurídica
nas conclusões da Corte local”, escreveu o ministro. A decisão é do dia 25.
Leia a íntegra:
“Noto que o fundamento para a concessão da liminar foi
mantido na decisão que negou o pedido de suspensão”, afirma o ministro. “O
presidente do Tribunal de origem firmou claramente que o aumento não estava
devidamente justificado, pois os documentos juntados aos autos não explicariam
de forma suficiente as razões da majoração. Principalmente, o ponto nodal seria
a diferença de aumento em prol
de um conjunto de usuários em detrimento de outros”,
continuou.
A proposta de Alckmin tornava mais cara a tarifa integrada,
usada por quem mora mais distante do centro e precisa usar mais de uma condição
para fazer sua viagem, em troca da garantia do preço congelado para os cidadão
que moram mais perto do local de trabalho e precisam de uma úncia condição.
As decisões que impediram esse reajuste partiram de uma
representação judicial apresentada pela bancada do PT na Assembleia Legislativa
do Estado. “O governo Alckmin deveria agir com respeito perante o povo de São
Paulo e honrar a palavra que deu de que não aumentaria a tarifa do transporte
público”, disse o deputado estadual Alencar Santana (PT). “Mais uma vez, ele
perde na Justiça, agora em Brasília. Sinal de que, de fato, o aumento não tem
amparo legal”, completou.
Por meio de nota, o Palácio dos Bandeirantes informou que a
Procuradoria Geral do Estado já interpôs novo recurso contra a decisão do STJ.
Nenhum comentário:
Postar um comentário