Memória - Há 25 anos morria Jânio Quadros. Internado com grave crise respiratória e
circulatória, Jânio ficou 13 dias no Hospital Albert Einstein. O corpo de Jânio
foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Jânio Quadros, foi presidente da República do Brasil por
apenas sete meses em 1961, governador do Estado de São Paulo e duas vezes
prefeito da capital paulista, era um político populista com forte estilo
pessoal.
Jânio costumava aparecer em público com os sapatos trocados.
Nos palanques das campanhas eleitorais levava uma vassoura, com a qual iria
"varrer" a corrupção do país. Esse símbolo o acompanhou durante toda
sua carreira política.
Entre os discursos de campanha, comia sanduíches de
mortadela e pão com banana, numa tentativa de identificar sua imagem com o
eleitorado mais pobre.
Jânio procurou sempre se diferenciar dos outros políticos.
Vestia roupas surradas, usava cabelos compridos, deixava a barba por fazer, os
ombros cheios de caspa e exibia caretas ao fotógrafos.
Sua sintaxe era um caso à parte. Em seus discursos, procurou
sempre utilizar um vocabulário apurado, recheado por frases de efeito. É um
enigma saber como conseguia se comunicar de forma eficiente com seus eleitores,
a maioria sem instrução escolar.
Chefe do Executivo, fosse municipal, estadual ou federal, o
autoritarismo e o carisma foram seus traços característicos. Seus bilhetinhos,
com ordens a subordinados, se tornaram célebres.
Jânio chegou à presidência da República de forma muito
veloz. Em São Paulo, exerceu sucessivamente os cargos de vereador, deputado,
prefeito da capital e governador do estado. Tinha um estilo político
exibicionista, dramático e demagógico. Conquistou grande parte do eleitorado
prometendo combater a corrupção e usando uma expressão por ele criada : varrer
toda a sujeira da administração pública. Por isso o seu símbolo de campanha era
uma vassoura.
Foi eleito presidente em 3 de outubro de 1960, pela
coligação PTN-PDC-UDN-PR-PL, para o mandato de 1961 a 1965, com 5,6 milhões de
votos - a maior votação até então obtida no Brasil - vencendo o marechal
Henrique Lott de forma arrasadora, por mais de dois milhões de votos.
Porém não conseguiu eleger o candidato a vice-presidente de
sua chapa, Milton Campos (naquela época votava-se separadamente para presidente
e vice). Quem se elegeu para vice-presidente foi João Goulart, do Partido Trabalhista
Brasileiro. Os eleitos formaram a chapa conhecida como chapa Jan-Jan.
No dia 21 de agosto de 1961 Jânio Quadros assinou uma
resolução que anulava as autorizações ilegais outorgadas a favor da empresa
Hanna e restituía as jazidas de ferro de Minas Gerais à reserva nacional.
Quatro dias depois, os ministros militares pressionaram a Quadros a renunciar:
“Forças terríveis se levantaram contra mim…”, dizia o texto da renuncia.
No ano seguinte à renúncia Jânio foi candidato a governador
de São Paulo sendo derrotado por seu velho desafeto Ademar de Barros. Com a
eclosão do Regime Militar de 1964 foi um dos três ex-presidentes a ter seus
direitos políticos cassados ao lado de João Goulart e Juscelino Kubitschek.
Após fazer declarações à imprensa em Recife, Rio de Janeiro
e São Paulo, em julho de 1968, o ex-presidente foi detido pelo Exército
Brasileiro, por ordem do então Ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e
Silva.
Recuperou os direitos políticos em 1974, mas manteve-se
afastado das urnas inclusive nas eleições legislativas de 1978, ano em que seus
simpatizantes (agrupados sob o denominado "Movimento Popular Jânio
Quadros") o levaram a visitar o bairro paulistano de Vila Maria,
tradicional reduto "janista".
Em novembro do ano seguinte manifestou a intenção de
concorrer à sucessão de Paulo Maluf ao governo do estado de São Paulo
filiando-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (agora uma agremiação
conservadora de direita, tendo pouca relação com a antiga legenda de Getúlio e
Jango) tão logo foi efetivada a reforma partidária.
Jânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande, 25 de janeiro
de 1917 e faleceu em São Paulo, 16 de fevereiro de 1992.
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