A Câmara Municipal de São Paulo paga quase R$ 10 mil por mês
para um assessor que nunca é visto no gabinete e que vive em Atibaia, no
interior paulista. Vitor Lucas de Freitas Rosa foi nomeado assistente
parlamentar do vereador Claudinho (PSDB), mas na verdade presta serviço para o
deputado estadual Coronel Telhada, também do PSDB, conforme reportagem de
Agostinho Teixeira, da Rádio Bandeirantes.
No gabinete onde Vitor deveria estar, é difícil encontrar
alguém que o conheça ou que já tenha ouvido falar no nome dele. Sem saber que
estava sendo gravado, ele confirmou que raramente vem a São Paulo e admitiu que
parou de trabalhar porque estaria com problemas de saúde.
Mas, no Departamento de Recursos Humanos da Câmara Municipal
de São Paulo, ninguém sabe dessa doença. Segundo uma funcionária do setor, o
assessor parlamentar do vereador Claudinho não comunicou nenhum problema de
saúde e não está de licença.
Vitor Lucas Freitas Rosa, na verdade, faz parte de um
esquema conhecido como "nepotismo cruzado". Nesse caso, envolvendo
justamente o deputado estadual Coronel Telhada e o vereador Claudinho.
Como Vitor é filho do chefe de gabinete do deputado Telhada
e não pode ser contratado pela Assembléia Legislativa, a saída foi nomeá-lo na
Câmara Municipal. O vereador Claudinho, por sua vez, teve o irmão de um dos
funcionários dele contratado pelo deputado.
Ouvido pela reportagem da Rádio Bandeirantes, Coronel
Telhada chamou a manobra de "parceria".
Segundo o Supremo, nepotismo cruzado é crime. Os envolvidos estão
sujeitos à multa e a perda do cargo e dos direitos políticos pelo prazo de três
a cinco anos.
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