Do Blog do Fausto Macedo, Estadão
A Lista de Fachin, tornada pública nesta terça-feira, 11,
inclui 4 dos 10 senadores do PT: Humberto Costa (PE), Jorge Viana (AC),
Lindbergh Farias (RJ) e Paulo Rocha (PA). Os parlamentares viraram alvos de
inquéritos, abertos pela Procuradoria Geral da República (PGR), com base nas
delações premiadas da Odebrecht, acusados de receberem dinheiro de propina e
caixa 2 do Setor de Operações Estruturadas da empresa, o chamado “departamento
da propina”, na Operação Lava Jato.
Ex-líder do PT no Senado, Paulo Rocha é o único dos quatro
nomes petistas da Lista de Fachin que não estavam na mira da Lava Jato –
operação deflagrada em março de 2014, que descobriu um mega esquema de
corrupção e desvios na Petrobrás, que patrocinou políticos e partidos desde
2004.
Investigado no mensalão, mas fora da lista de condenados,
Rocha foi delatado por executivos da Odebrecht, por ter cobrado propina para a
campanha ao governo do Pará de Helder Barbalho (PMDB), atual ministro da
Integração Nacional do governo Michel Temer (PMDB).
“Segundo o Ministério Público, relatam os colaboradores o
pagamento de vantagens indevidas não contabilizadas no âmbito da campanha
eleitoral de Helder Barbalho ao Governo do Estado do Pará, ano de 2014. Os
valores teriam sido solicitados pelo próprio candidato, além do senador da
República Paulo Rocha e do Prefeito de Marabá João Salame”, registra a decisão
do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, no Supremo Tribunal Federal
(STF), do dia 4, que abriu o inquérito 4.449/DF.
“Narra-se que teriam sido repassados 1,5 milhão, em 3
parcelas, bem como que tais doações foram implementadas por meio do Setor de
Operações Estruturadas do grupo Odebrecht”, informa Fachin.
Os delatores da Odebrecht confessaram que todos pagamentos
feitos pelo Setor de Operações Estruturadas era propina ou caixa 2.
Identificado nas planilhas secretas da Odebrecht com o
apelido de “Cavanhaque”, dois delatores afirmaram que a propina foi paga por
negócios na área de saneamento público do grupo. “Esses repasses funcionariam
como contrapartida a interesses do grupo Odebrecht no Estado do Pará,
notadamente na área de saneamento básico, espaço em que a empresa almejava
atuar como concessionária.”
Entre os delatores de Rocha, está o ex-presidente da
Odebrecht Ambiental Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis.
Drácula. O ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado e
ex-líder do partido, senador Humberto Costa (PE) também é alvo de um inquérito
da Lista de Fachin.
Identificado como “Drácula” na comunicação secreta da
Odebrecht, Costa teria recebido quase R$ 600 mil em propina da Odebrecht para o
financiamento de sua campanha em 2010.
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