Após relatos de ataques cibernéticos em empresas da Europa
ao longo desta sexta-feira, 12, começam a surgir no Brasil os primeiros relatos
de efeitos. Segundo apurou a reportagem, dentre as empresas afetadas estão a
sede brasileira da Telefônica/Vivo, em São Paulo, além do Tribunal de Justiça
de São Paulo, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo e o Ministério
Público do Estado de São Paulo. Ainda não está claro, porém, o alcance dos
ataques no País.
O Brasil é um dos 74 países afetados pelo ataque de
ransomware — quando um software malicioso é usado para “sequestrar” um
computador –, segundo levantamento preliminar feito pela empresa de segurança
Kaspersky. No total, já foram registrados mais de 45 mil casos dentre empresas
e órgãos públicos e governamentais em todo o mundo. Nas instituições atingidas,
um aviso aparece na tela dos computadores exigindo que seja paga uma quantia em
bitcoins para que o sistema volte a operar. Trata-se do ataque de ransomware
mais rapidamente disseminado já registrado em todo o mundo.
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, os
funcionários da Telefônica/Vivo foram orientados a desligar os computadores e
desconectar todos os dispositivos da rede corporativa. No início da tarde, a
empresa orientou os funcionários do prédio administrativo a deixarem a empresa,
já que apenas um número reduzido de executivos e funcionários formariam um
comitê de crise para resolver o problema. A empresa não confirma oficialmente
as informações sobre a dispensa de funcionários e afirma continuar operando
normalmente.
Por meio de nota, a Telefônica Espanha informou que foi
detectado, na manhã desta sexta-feira, um incidente de segurança cibernética
que afetou alguns computadores de colaboradores que estão na rede corporativa
da empresa. “Imediatamente, foi ativado o protocolo de segurança para tais
incidentes com a intenção de que os computadores voltem a funcionar o mais
rápido possível”, afirmou, no comunicado. A Telefônica/Vivo informou que seus
serviços não foram afetados pelo ataque e que dados dos clientes continuam
seguros.
Já no Tribunal de Justiça de São Paulo, segundo relatos de
fontes, uma tela com o ataque de sequestro de computadores apareceu em alguns
computadores exigindo pagamento para liberação dos arquivos da máquina — o
chamado ataque de ransomware. O Tribunal de Justiça de São Paulo informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que pediu para os funcionários desligarem
os computadores. O site do Tribunal de Justiça de São Paulo está fora do ar,
assim como os sites do Ministério Público de São Paulo e do Tribunal Regional
do Trabalho de São Paulo.
Procurada pela reportagem, a Companhia de Processamento de
Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), órgão responsável por prestar serviços
de TI para órgãos do governo estadual, não confirma os ataques, mas orientou os
funcionários a desligarem os computadores.
Precauções
Em âmbito federal, o Serpro, empresa de TI que presta
serviços para o governo federal, informou que não registrou nenhum tipo de
ataque à sua rede nesta sexta-feira, mas que já acionou um plano de
contingência para evitar problemas.
Por enquanto, não houve nenhum ataque a pessoas físicas.
Do Estadão Conteúdo, via ISTOÉ
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