Promotores abriram uma investigação na França sobre um
contrato de 6,7 bilhões de euros (cerca de R$ 22,9 bi) entre a fabricante naval
francesa DCNS e o Brasil, que incluía a venda de cinco submarinos, de acordo
com a agência Reuters.
A investigação, iniciada em outubro de 2016, trata de
"corrupção de funcionários estrangeiros", disse uma pessoa próxima às
investigações.
Esse trabalho tem ligação com a Operação Lava Jato, que
desde 2014 investiga a corrupção envolvendo políticos e empresas no Brasil.
Desde 2015, a Polícia Federal brasileira investiga
potenciais irregularidades no projeto militar de construção de um submarino
nuclear, feito em parceria com a França.
Delatores da Odebrecht apontaram que uma parte do dinheiro
investido no projeto do submarino foi desviada para caixa dois de campanhas
eleitorais. Também houve propina para um lobista e para um oficial graduado da
Marinha, segundo eles.
PARCERIA
Em 2008, os presidentes Lula e Nicolas Sarkozy assinaram um
acordo entre Brasil e França para a troca de conhecimentos sobre submarinos
nucleares.
No ano seguinte, foram assinados os contratos para a
construção de quatro submarinos convencionais e um nuclear.
O preço de partida foi de 6,7 bilhões de euros (R$ 22,9
bilhões atualmente), para que o Brasil fosse um dos seis países no mundo a
contar com um equipamento desses.
A DCNS condicionou sua entrada no negócio à contratação da
Odebrecht como parceira. Caberia à empreiteira a construção da base naval de
Itaguaí (RJ) por 1,7 bilhão de euros (R$ 6,2 bilhões).
Não houve licitação, o que provocou críticas à época. Até
então, o Brasil vinha desenvolvendo submarinos com tecnologia alemã, vista por
especialistas superior à dos franceses.
A DCNS ainda é acusada de propina em negócios envolvendo os
mesmos submarinos para Índia e Malásia.
A empresa tem 62% de suas ações controladas pelo governo
francês e 35% pelo grupo francês Thales SA, que atua na área de defesa.
"Não temos nada com relação à Lava Jato. A DCNS
escrupulosamente respeita as regras da lei ao redor do mundo", disse um
porta-voz da empresa.
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