terça-feira, 13 de junho de 2017

O DIA DO 'FICO' TUCANO

O PSDB decidiu, após longa reunião da executiva nacional concluída por volta das 22h30 desta segunda-feira (12), permanecer na base de apoio do governo Michel Temer. De acordo com o senador José Serra (SP), o clima da reunião foi de “unidade”, apesar das divergências explícitas. “O PSDB não fará nenhum movimento agora de sair do governo. Se os fatos mudarem, faremos outra análise”, disse Serra. Também ficou estabelecido que os ocupantes de cargos no governo – entre eles, os quatro ministros tucanos – não pedirão demissão.
Mas a unidade anunciada por Serra parece ser bastante tênue. O partido, que foi rachado para a reunião, tenta, em nome da sobrevivência política, um mínimo de convivência entre as duas partes para evitar um desgaste ainda maior. Na semana passada, o movimento de desembarque ganhou espaço, inclusive com a simpatia do presidente nacional interino Tasso Jereissati. Nos últimos dias, porém, os defensores da saída – grupo conhecido como “cabeças pretas”, por ser formado na maioria por tucanos mais jovens – não resistiram às pressões dos veteranos, ou “cabeças brancas”, que evitaram, ao menos por enquanto, o rompimento.
Pesaram na decisão os esforços de figurões como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ex-presidente FHC e o senador afastado Aécio Neves, que mesmo  ausente da reunião, trabalhou nos bastidores para evitar o desembarque , que poderia aumentar as chances de cassação do seu próprio mandato pelo Conselho de Ética do Senado, comandado pelo PMDB.
O argumento dos defensores do “fico” é o de que o momento é de pensar no país, defendendo medidas como a aprovação das reformas, e fora do governo isso seria mais complicado para os tucanos. Os rebeldes, embora tenham recuado, asseguravam ser possível apoiar as medidas sem participação no governo. Entre eles estão os deputados pernambucanos Daniel Coelho e Betinho Gomes.
O encontro tucano contou com a participação de governadores, parlamentares, ministros e dirigentes nacionais e estaduais.  O presidente do partido, Tasso Jereissati, destacou que o país vive a pior crise de sua história, e ressaltou que o PSDB precisa retomar o compromisso com a ética. Em princípio favorável ao desembarque, Tasso cedeu diante do argumento de que a decisão pode ser revertida, de acordo com a existência ou não de novas denúncias contra Temer, o que deixaria “insustentável” a permanência no governo.
Do Blog do Diario, Diario de Pernambuco – com agências
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