O PSDB decidiu, após longa reunião da executiva nacional
concluída por volta das 22h30 desta segunda-feira (12), permanecer na base de
apoio do governo Michel Temer. De acordo com o senador José Serra (SP), o clima
da reunião foi de “unidade”, apesar das divergências explícitas. “O PSDB não
fará nenhum movimento agora de sair do governo. Se os fatos mudarem, faremos
outra análise”, disse Serra. Também ficou estabelecido que os ocupantes de
cargos no governo – entre eles, os quatro ministros tucanos – não pedirão
demissão.
Mas a unidade anunciada por Serra parece ser bastante tênue.
O partido, que foi rachado para a reunião, tenta, em nome da sobrevivência
política, um mínimo de convivência entre as duas partes para evitar um desgaste
ainda maior. Na semana passada, o movimento de desembarque ganhou espaço,
inclusive com a simpatia do presidente nacional interino Tasso Jereissati. Nos
últimos dias, porém, os defensores da saída – grupo conhecido como “cabeças
pretas”, por ser formado na maioria por tucanos mais jovens – não resistiram às
pressões dos veteranos, ou “cabeças brancas”, que evitaram, ao menos por enquanto,
o rompimento.
Pesaram na decisão os esforços de figurões como o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ex-presidente FHC e o senador afastado Aécio
Neves, que mesmo ausente da reunião,
trabalhou nos bastidores para evitar o desembarque , que poderia aumentar as
chances de cassação do seu próprio mandato pelo Conselho de Ética do Senado,
comandado pelo PMDB.
O argumento dos defensores do “fico” é o de que o momento é
de pensar no país, defendendo medidas como a aprovação das reformas, e fora do
governo isso seria mais complicado para os tucanos. Os rebeldes, embora tenham
recuado, asseguravam ser possível apoiar as medidas sem participação no
governo. Entre eles estão os deputados pernambucanos Daniel Coelho e Betinho
Gomes.
O encontro tucano contou com a participação de governadores,
parlamentares, ministros e dirigentes nacionais e estaduais. O presidente do partido, Tasso Jereissati,
destacou que o país vive a pior crise de sua história, e ressaltou que o PSDB
precisa retomar o compromisso com a ética. Em princípio favorável ao
desembarque, Tasso cedeu diante do argumento de que a decisão pode ser
revertida, de acordo com a existência ou não de novas denúncias contra Temer, o
que deixaria “insustentável” a permanência no governo.
Do Blog do Diario, Diario de Pernambuco – com agências
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