A confissão de seus crimes e uma multa de R$ 46,6 milhões
aos cofres públicos sustentaram a decisão pela soltura de Silval Barbosa (PMDB),
ex-governador de Mato Grosso, preso preventivamente desde setembro de 2015.
A decisão foi proferida na terça (13) pela juíza Selma
Arruda, autora dos pedidos de prisão de Barbosa e de outros poderosos de Mato
Grosso, investigados pela Operação Sodoma.
Segundo a ordem, o ex-governador se sentia inseguro no
cárcere, "pressionado por pessoas que compromete-se a identificar
futuramente", desde que surgiram boatos de que negociava delação premiada
com o Ministério Público.
Apelidada de Lava Jato pantaneira, a Sodoma apura desvio em
compras de terrenos, fraude em licitações e propina para cobrir custos de
campanha. A força tarefa também rendeu a Selma Arruda o título de 'Sergio Moro
de saias', por sua atuação considerada rigorosa como a do colega curitibano.
Barbosa confessou o recebimento de propinas por secretários
de seu governo pela manutenção de contratos e por despropriações de terrenos
para construção de obras públicas, além de doações ilegais para campanhas
eleitorais de seus aliados.
O peemedebista é citado na delação de executivos da JBS,
inclusive do próprio empresário Wesley Batista, por operar um esquema de
subornos em troca de vantagens na cobrança do Prodeic, um tributo
mato-grossense.
Silval Barbosa era vice de Blairo Maggi, ministro da Agricultura
do governo Temer. Substituiu o governador, que se licenciou para concorrer ao
Senado e venceu a eleição de 2010.
Ele cumprirá prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica,
e não poderá se comunicar com outros réus da Sodoma ou testemunhas do caso. À
exceção de seu filho, Rodrigo Barbosa, que chegou a ser preso durante a
operação. Selma Arruda permitiu o contato entre os dois "por questão
humanitária".
A reportagem não conseguiu entrar em contato com a defesa do
ex-governador até a publicação deste texto.
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