Da Exame
São Paulo – A gestão João Doria em São Paulo estaria
distribuindo remédios à população com o vencimento próximo, de acordo com um
levantamento da rádio CBN em farmácias populares e UBSs da cidade.
Os fabricantes não podem vender remédios com data de validade
menor que doze meses para farmácias nem hospitais privados, mas a prefeitura
foi mais generosa: apenas especificou, no edital das doações, que os remédios
tenham data de validade superior a seis meses, preferencialmente.
Farmácias e UBSs visitadas pela CBN em todas as regiões da
cidade estavam com as prateleiras cheias de remédios que vencem em agosto,
julho e até junho.
As doações começaram em fevereiro, mas, mesmo que os
remédios tenham sido doados nesta época, ainda teriam validade inferior ao que foi
pedido no edital.
Além disso, pelo acordo fechado com os governos de Doria e
de Geraldo Alckmin, os fabricantes ganhariam três meses de isenção de ICMS,
economizando R$ 66 milhões, segundo a rádio.
Se a prefeitura fosse comprar os remédios doados em
fevereiro, teria gastado R$ 35 milhões, de acordo com a CBN.
A reportagem da CBN só nomeou a Cristália, um laboratório
farmacêutico que se propôs a fazer as doações antes da publicação de editais.
Se os remédios vencerem nos postos, é a prefeitura que terá
que arcar com os custos da destruição dos remédios, livrando as empresas deste
trabalho, segundo a rádio.
Outro lado
Procurada pela CBN, a prefeitura informou que a maioria dos
remédios descartados é entregue pela população em UBSs.
De acordo com a Secretaria de Saúde, o prazo de validade dos
remédios doados deve ser superior a seis meses, embora a exigência não tenha
sido feita no edital.
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