Em público, o deputado estadual republicano Wesley Goodman,
de Ohio, foi uma estrela conservadora, defensor fervoroso das causas
“pró-família” e anti-LGBT. Sua ascensão fulminante, em menos de dez anos,
baseou-se um discurso virulento contra a união homoafetiva e na defesa da
“família tradicional”. "Famílias saudáveis, vibrantes, orientadas a
valores e que prosperam são a fonte da história orgulhosa de Ohio e a chave
para o futuro grandioso de Ohio", dizia seu site de campanha.
No privado, no entanto, Goodman trocava mensagens
apimentadas com homens gays que conheceu na Assembleia Legislativa de Ohio, e
enviou mensagens sexualmente sugestivas a alguns jovens que conheceu no local.
A dupla vida de Goodman terminou na quinta-feira, dia 16, quando ele renunciou
ao seu mandato de deputado em Ohio depois que o presidente da Câmara, Cliff Rosenberger,
foi alertado para o envolvimento de Goodman em “comportamento inadequado” com
outro homem em seu gabinete na Assembleia.
O jornal "Columbus Dispatch" destacou que Wes
Goodman, de 33 anos, foi surpreendido enquanto fazia sexo com o visitante. A
publicação também entrevistou dois homens que alegam ter trocado mensagens e
encontrado “algumas vezes” Wes Goodman. “Nós nos encontramos várias vezes, e
ele nunca me assediou. Sabíamos bem o que estávamos fazendo - e gostávamos
bastante do que fazíamos”, afirmou ao jornal Johnny Hadlock, um ex-integrante
do gabinete do congressista.
Brad Miller, porta-voz do líder republicano do Legislativo
de Ohio, Cliff Rosenberger, explicou à mídia americana que o parceiro do agora
ex-deputado não era funcionário nem tinha cargo eletivo na Casa. O encontro foi
consensual, mas "inapropriado para um representante estadual",
segundo ele. Goodman aceitou e confirmou as alegações a Rosenberg, segundo nota
enviada à Associated Press.
Na biografia do Twitter, Goodman se descrevia como
"cristão, americano, conservador, republicano" e ainda citava a
mulher, Beth, uma das ´principais lideranças antiaborto de Ohio. Uma das
principais plataformas políticas de Goodman era a defesa do "casamento
natural", que ocorreria apenas entre um homem e uma mulher.
Em nota, Goodman pediu desculpas a quem tenha se desapontado
com sua conduta, e pediu privacidade para começar o "próximo capítulo da
vida". “Todos trazemos nossas próprias lutas e provações à vida pública.
Isso tem sido verdade para mim, e sinceramente me arrependo que minhas ações e
minhas escolhas tenham me impedido de servir meus eleitores e nosso Estado de
maneira que reflita os melhores ideais do serviço público. Para aqueles a quem
desapontei, sinto muito", escreveu em sua nota.
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