Da ÉPOCA
Na quarta-feira, 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal
da 4ª região (TRF-4) julgará recursos contra a condenação em primeira instância
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos de prisão, pelos crimes
de corrupção e lavagem de dinheiro no caso da reforma de um tríplex no
município litorâneo do Guarujá. O juiz Sergio Moro entendeu que a construtora
OAS pagou ao menos R$ 2,2 milhões em propina por meio de obras no imóvel que
Lula planejava ocupar. Se a apelação for negada, ele pode ser impedido de
disputar um terceiro mandato presidencial – projeto ao qual se dedica dia e
noite. Independentemente do resultado do julgamento, o fantasma da Operação
Lava Jato vai continuar assombrando os Lula da Silva ao longo de todo o ano.
Nos últimos meses, policiais e procuradores federais
avançaram sobre aquele que parecia ser um dos fios desencapados deixados ao
longo dos quatro anos das investigações tocadas em Curitiba: as relações
pessoais, os negócios particulares, a construção do patrimônio e o custeio de
despesas de familiares do ex-presidente.
ÉPOCA obteve dados inéditos de investigações tocadas pelo
Ministério Público Federal e pela Polícia Federal nos últimos dois anos. Os
investigadores progrediram em pontos importantes da apuração que leva a família
do ex-presidente de volta à arena pública. E eles são contundentes.
Tudo começou em 4 de março de 2016, com a batida policial
que visitou 33 imóveis em São Paulo e no Rio de Janeiro, cujos proprietários
eram ligados ao ex-presidente, seus familiares e respectivos sócios. Se as
provas coletadas na ocasião pareciam insuficientes para a apresentação imediata
de denúncias, elas ganharam corpo recentemente com o depoimento revelador de
testemunhas, a renegociação de colaborações premiadas e o reforço da velha
diretriz tirada dos filmes de intriga política: era preciso seguir o dinheiro.
E eles o fizeram.
(A legenda da capa foi alterada por conter erro de
informação acerca da data da foto. O ano correto é 1978.)
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