Morreu nesta segunda (18) no Rio o ex-ministro e
ex-presidente da Vale Eliezer Batista, 94. Ele estava internado no Hospital
Samaritano, mas a causa da morte ainda não foi confirmada.
Eliezer era engenheiro e ocupou o ministério de Minas e
Energia durante o governo João Goulart. No governo Fernando Collor de Mello,
foi secretário de Assuntos Estratégicos.
Ele começou a trabalhar na Vale em 1949. Em 1961, foi
nomeado presidente da mineradora pela primeira vez, sendo afastado com a
deposição do presidente em 1946.
Após experiência na iniciativa privada, retornou à
presidência da Vale em 1979. Sob seu comando, a companhia desenvolveu o Projeto
Ferro Carajás, hoje o principal polo produtor de minério de ferro do Brasil.
Eliezer era viúvo de
Jutta Fuhrken, com quem teve sete filhos entre eles, o empresário Eike
Batista. Ele se casou pela segunda vez em 2009, com Inguelore Sheunemann
Batista.
OITO IDIOMAS
Àqueles que, em dúvida, perguntavam se a pronúncia correta
de seu nome era "Eliézer" ou "Eliezér", o engenheiro
Eliezer Batista da Silva costumava responder: "At your option" (em
tradução livre, "como você preferir").
Em uma só frase mostrava duas de suas muitas características
marcantes: as citações frequentes em um dos oito idiomas que dominava e a
capacidade de adaptação.
No Brasil, era Eliezér, oxítono, mas acostumou-se a ser
Eliézer em suas andanças pelo mundo para fechar milionários contratos de venda
de minérios para a Vale.
Podia, dependendo da situação, assumir outros nomes. Nos
anos 70, no auge de mais uma das muitas crises entre árabes e israelenses,
fazia check in em um hotel na Árabia Saudita quando ouviu de um desconfiado
funcionário: “Eliezer é um nome judeu”.
Respondeu de imediato: “No meu país se escreve assim, mas se
lê Ahmad”. Desconcertou o interlocutor e conseguiu o quarto.
Nasceu em 1924, na minúscula Nova Era (MG), no vale do rio
Doce. Lá conheceu aquela que, nas palavras da alemã Jutta Fuhrken Batista
(1931-2000), sua mulher por 50 anos e mãe de seus sete filhos, seria sua amante
por toda vida: a Companhia Vale do Rio Doce, onde trabalhou, com alguns breves
intervalos, entre 1949 e 1997, ano da
privatização, e que presidiu por dois períodos.
Com Eliezer, a Vale se transformou de uma pequena mineradora
que extraía ferro das montanhas de Minas Gerais —mas deixava nas mãos de
terceiros todos os passos seguintes, como venda, beneficiamento, transporte— em
uma das maiores do mundo ainda na década de 1980.
De suas ideias, vistas muitas vezes como megalomaníacas,
surgiram marcos do desenvolvimento nacional, como o porto e a siderúrgica de
Tubarão, no Espírito Santo, e o projeto Carajás, no Pará.
O segredo para a ascensão da empresa, dizia o engenheiro,
era o “planejamento sistêmico-holístico”. “O que adiantava ter ferrovias se
havia um gargalo no porto? Tive um estalo. Era tudo questão de logística”.
“Logística” vem do grego logistikos, aquele que sabe
calcular racionalmente. E isso Eliezer fazia muito bem.
Ao assumir a presidência da Vale pela primeira vez, em 1961,
aos 36 anos, tinha como meta tornar a empresa responsável por todas as fases,
da extração do minério à entrega a compradores do outro lado do mundo.
Queria também aumentar a exportação de minério de ferro, à
época na faixa de 1,5 milhão de toneladas/ano e, quem sabe, vender o produto já
beneficiado, com preço mais alto.
“Nenhum país fica rico exportando apenas matéria-prima”,
dizia.
Encontrou nos japoneses os parceiros ideais. O país
precisava da matéria-prima para reconstruir seu parque industrial, destruído na
Segunda Guerra Mundial.
Neste ano, Eliezer Batista fez a primeira de suas 178
viagens oficiais ao Japão. Firmou contratos de venda de longo prazo e
capitalizou a Vale. Mas precisava de um porto que recebesse navios de grande
porte para tornar o negócio rentável.
Em sua imaginação, os navios sairiam do Brasil abarrotados
de minério de ferro e voltariam com petróleo árabe. Se não fechasse a equação,
a operação seria economicamente inviável.
Com o apoio do então ministro da Fazenda, San Tiago Dantas,
conseguiu tirar do papel a construção do porto de Tubarão, no Espírito Santo.
Orçado em US$ 100 milhões, o projeto não encontrava
financiadores. Convencido da importância do novo porto, San Tiago Dantas,
mandou, nas palavras de Eliezer, “rodar a guitarra”: imprimir mais dinheiro
para bancar as obras.
“Hoje levaríamos um tiro na fronte desses fundamentalistas
da moeda”, disse em depoimento aos jornalistas Luiz Cesar Faro, Claudio
Fernandes e Carlos Pousa, para o livro “Conversas com Eliezer”, publicado em
2005.
Faltavam os navios. Nos cálculos do engenheiro, seriam
necessárias embarcações com capacidade para transportar 120 mil toneladas de
carga. No início dos anos 60, os maiores navios brasileiros levavam 10 mil
toneladas; o maior do mundo levava 35 mil toneladas.
“Armadores europeus disseram que aquela ideia era a mais
louca desde que Vasco da Gama contornara o Cabo da Boa Esperança”, contou.
Premidos pela necessidade do minério, estaleiros japoneses
embarcaram na aventura e ajudaram Eliezer.
Deram-lhe, ainda, a condecoração da Ordem do Sol Nascente, a
mais alta honraria do país e que lhe foi entregue pelo imperador Hiroito.
A grandiloquência do projeto lembra o que, cinco décadas
depois, o empresário Eike Batista, um de seus sete filhos, tentou fazer no
Porto do Açu, no norte-fluminense, reunindo em um só lugar porto, siderúrgica,
estaleiros e uma série de empreendimentos diversos.
A ousadia de Eliezer aumentou a exportação anual da Vale de
1,5 milhão de toneladas por ano para 5 milhões de toneladas/ano. O
empreendimento de Eike patina em um emaranhado de desistências de empresas e em
processos na Justiça que buscam recuperar financeiramente e saldar dívidas de
partes do grupo EBX, como o estaleiro OSX e a petroleira OGX.
BARÃO DE CURITIBA
Um dos seis filhos do seleiro José Batista da Silva, que
fabricava arreios para cavalos e burros, e da dona de casa Maria Natividade
Pereira, Eliezer deixou Nova Era no início dos anos 1940 para estudar em um
colégio de religiosos holandeses em São João Del Rei. Durou pouco tempo. Foi
expulso em um ano, considerado pelos frades má influência para os outros
alunos.
Não voltou para a cidade natal, que chamava de “a selvagem
New Was”, em referência à pobreza e falta de perspectivas na região. Foi para
Curitiba, onde se formou em engenharia na Universidade do Paraná em 1948.
Lá descobriu o mundo. “Dizem que é uma cidade chata, sem
graça, mas foram os melhores anos da minha vida”, contou em entrevista. Usava
roupas extravagantes, como uma gravata borboleta vermelha que fez com que os
amigos o apelidassem de barão de Nova Era.
Nadava, praticava saltos ornamentais e pólo aquático, o que
lhe rendeu porte atlético, apesar da baixa estatura, e sucesso com o público
feminino.
“Não diria que eu era um galã, mas dava muita sorte com as
mulheres.”
Decidiu aprender a tocar piano, mas foi desestimulado por um
professor alemão que lhe disse que tinha “mãos de moça” —pequenas, o que torna
difícil a prática do instrumento. Recomendou que procurasse um grupo de canto
gregoriano, onde sua voz de barítono, quase baixo, faria sucesso.
Como grande parte das obras para canto gregoriano foram
compostas em russo, a sugestão o levou a aprender o primeiro dos muitos idiomas
que falava —mais tarde passou a dominar o inglês, francês, alemão, italiano,
espanhol e “arranhar” grego e japonês.
Manteve o hábito de cantar no idioma ao longo da vida. “Não
há nada melhor para o espírito do que um bom canto gregoriano pela manhã”,
contou à Folha em conversa em outubro de 2012.
Sua história com a mineradora começou em 1949.
Recém-formado, passara um ano estudando nos Estados Unidos e voltara para
visitar a família. Encontrou Nova Era mudada. A cidade estava tomada por
americanos, empregados da Morrison-Knudsen, que reformava a ferrovia
Vitória-Minas, da Vale.
Arrumou emprego ali mesmo. Dez anos e alguns cursos no
exterior depois já era o superintendente da ferrovia; em mais dois anos, presidente
da Vale. Em 1962, a convite de João Goulart, passou a acumular a presidência da
estatal com o cargo de ministro de Minas e Energia, o que manteve até junho do
ano seguinte.
O prazer que o conhecimento do idioma russo lhe trouxe
também aborrecimentos. Logo após o golpe de 1964, foi exonerado da presidência
da Vale e quase foi preso. Aqueles que pediam sua cabeça apresentavam três
justificativas: defendia os direitos de seus empregados, para quem construía
casas, escolas e hospitais; tinha sido ministro de João Goulart; e falava
russo.
Teria sido, inclusive, grampeado em uma ligação telefônica
com o ditador iugoslavo Joseph Broz Tito. No telefonema, Eliezer explicou anos
depois, convencia o marechal a construir um porto em Balkar, que abriu caminhos
para que a estatal entrasse nos mercados europeus.
“Aos olhos do novo regime, a participação no governo João
Goulart e o fato de ser fluente em russo eram suficientes para me tingir de
vermelho da cabeça aos pés”, disse, em entrevista para o livro “Conversas com
Eliezer”.
Foi salvo pelo empresário Augusto Trajano Azevedo Antunes,
fundador do grupo Caemi. Amigo do general Castello Branco, Azevedo Antunes o
convenceu a retirar Eliezer da lista de cassados.
Mas não evitou sua demissão da Vale. Levou-o então para
trabalhar em uma das empresas de seu grupo, a Minerações Brasileiras Reunidas
(MBR). De comunista, passou a ser tachado de entreguista —a MBR tinha como
sócia a norte-americana Hanna Mining.
A birra dos militares com o executivo não durou muito. Em
1968, foi designado presidente da recém-criada Rio Doce Internacional S/A,
subsidiária da Vale com sede em Bruxelas.
Foram onze anos na Europa. Em março de 1979, foi chamado
para uma conversa com o novo presidente da República, general João Figueiredo.
“Esqueça o passado, o Brasil precisa de você”, ouviu do general ao ser
convidado para reassumir a presidência da estatal.
Figueiredo queria que Eliezer fizesse avançar a exploração
das reservas de Carajás, estimadas em 18 bilhões de toneladas de ferro de alto
teor e mais uma infinidade de metais, como bauxita, ouro, manganês, cobre,
cassiterita, caulim, fosfato.
A reserva, no sul do Pará,
tinha sido descoberta em 1967 pela US Steel, que detinha 49,1% dos direitos
de lavra —os 50,9% restantes eram da Vale.
“Estamos com esse projeto Carajás enguiçado. Vê se dá um
jeito nisso”, disse o presidente.
O “enguiço” era uma divergência entre os sócios. Os
americanos pretendiam construir um porto para navios de pequeno porte, que
seriam usados para levar o minério para os Estados Unidos.
Brasileiros, empolgados com a bem-sucedida empreitada de
Tubarão, queriam um porto capaz de receber grandes navios que escoariam a
produção para o sudeste asiático.
Depois de negociações tensas, a US Steel vendeu sua
participação para a Vale, mas ainda havia o problema de como financiar as
obras.
Em suas memórias, Eliezer conta que pediu a Figueiredo
orientação sobre o que fazer. “Não tem orientação nenhuma, isso é problema
seu”, respondeu o presidente.
Mais uma vez, Eliezer recorreu a seus amigos japoneses que,
em troca de novos contratos de fornecimento de longo prazo, fizeram surgir
dinheiro para o Projeto Carajás.
JUDAS
A expansão da Vale incomodava alguns. Eliezer era criticado
por afastar a empresa do que, no mundo dos negócios, se chama “core business”
—seu objetivo principal.
A estatal criada para ser uma mineradora já tinha uma
siderúrgica (a Companhia Siderúrgica de Tubarão), uma empresa de frete de
navios (Docenave), outras de reflorestamento e de produção de celulose,
ferrovias e continuava a se espalhar.
Pouco após a posse de Figueiredo, seu ministro de Minas e
Energia, Cesar Cals, declarara que devido à importância da exportação de
minérios na balança comercial, a Vale concentraria suas atividades na extração.
“Apanhei feito Judas, amarrado no poste da ignorância”,
disse no livro “Conversas com Eliezer”.
Mas dedicou-se ao Projeto Ferro Carajás. E paralelamente,
desenvolveu dois outros, Alumínio do Brasil (Albrás) e Alunorte (Alumina), em
sociedade com o consórcio japonês Nalco.
Sua avaliação era a de que o Brasil se encontrava em uma
sinuca no comércio exterior. “Terá que decidir entre se tornar uma potência
exportadora, capaz de singrar as longas distâncias marítimas ao menor custo, ou
se perpetuar como um vendedor de urucum, penas de arara e castanha de caju”.
Carajás se tornou um de seus grandes orgulhos, apesar das
críticas pesadas de ambientalistas que o acusavam de destruir a floresta e a
quem, em revide, acusava de “ecolatria” —ecologia sem conhecimento científico.
Aos amigos, contava que foi depois de uma visita ao projeto,
em 1991, que o suíço Stephan Schmidheiny criou o conceito de desenvolvimento
sustentável. “Foi a prática que criou a teoria”, gabava-se.
A preocupação com o desenvolvimento econômico sem descuidar
da questão ambiental era antiga. Em 1958, quando cuidados com o meio ambiente
não faziam parte da agenda das grandes empresas, usou um subterfúgio para
convencer o conselho da Vale a comprar uma área de floresta de 23 mil hectares
em Linhares, norte do Espírito Santo.
Disse que a madeira seria usada para fazer dormentes para as
estradas de ferro da mineradora. Hoje a Reserva de Linhares é uma das poucas
áreas de mata atlântica preservadas no Estado.
Deixou a presidência da estatal pela segunda vez em 1986, no
início do governo Sarney, e voltou para a direção da subsidiária internacional,
na Europa.
Em 1990, recusou um convite de Fernando Collor para assumir
o Ministério da Infraestrutura. Alegou questões de saúde, mas aos mais próximos
dizia que “do poder, me basta o acesso a quem o tem”.
Já ameaçado de impeachment, Collor voltou à carga em 1992 e
convenceu Eliezer a assumir a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos).
“Decidiu-se, em um gesto híbrido de desespero e bom senso, cercar-se de nomes
como Célio Borja e Adib Jatene. Não foi um convite, foi uma convocação para a
guerra”, afirmou anos depois. Saiu quando a Câmara aprovou a abertura do
processo para o afastamento do presidente.
Na SAE, voltou suas preocupações para a matriz energética do
país, excessivamente dependente de hidrelétricas. Há 20 anos previu que, sem
mudanças, haveria o risco de blecautes e de falta d’água nos grandes centros.
Insistiu na implantação de usinas térmicas para que as
hidrelétricas pudessem recompor seus níveis de água em períodos de menor
consumo; esforçou-se para que fossem firmados contratos para compra de gás
boliviano e para a construção do gasoduto que agora liga os dois países.
Alguns anos depois, já no governo Fernando Henrique Cardoso,
envolveu-se nos debates sobre a privatização da Vale, mas se afastou por
discordar do modelo adotado. Defendia o desmembramento da empresa para a venda
em blocos, o que impediria a formação de monopólios e aumentaria seu valor.
RISO, SONO E MÚSICA
Quando Jutta dizia que a Vale era a amante de seu marido,
Eliezer respondia, bem-humorado, que a amante tinha sido a responsável por
tê-la encontrado. Os dois se conheceram em Hannover, quando o executivo fazia
um curso de especialização.
Casaram-se em 1954 e tiveram sete filhos: Helmut, artista e
coreógrafo; Werner, empresário que mora em Boca Ratton, na Flórida; Harald
trabalha em uma empresa de criação de ferramentas high tech para finanças em
Palo Alto, na Califórnia; Lars, envolvido com a indústria de videogames, e
Monika, arquiteta, vivem em São Francisco; Dietrich, que se formou em medicina
na Alemanha, voltou para o Brasil e montou uma empresa de informática; e Eike,
aquele que, segundo o pai, herdou seu espírito empreendedor.
Dos dez netos, só os três filhos de Eike —Thor e Olin, de
seu casamento com Luma de Oliveira, e Balder, com Flavia Sampaio— vivem no
Brasil. Nas férias, filhos e netos se reuniam com o patriarca no sítio Pedra
Azul, pedaço de terra comprado por Eliezer e Jutta no Espírito Santo na década
de 1950.
As intermináveis viagens do marido pelo mundo deixaram com
Jutta a responsabilidade de criar os sete filhos. “Poderia ter aproveitado mais
as crianças, mas, se fizesse isso, não teria condições de lhes dar a educação
que dei”, disse.
Em entrevista para o cineasta Victor Lopes, que dirigiu o
documentário “Eliezer Batista, o Engenheiro do Brasil”, Eike contou que voltou
a se conectar com o pai aos 30 anos, quando já tinha seus próprios negócios.
Executivos que passaram pelo grupo EBX contam que o empresário sempre se
preocupou com as opiniões do pai sobre seu trabalho.
Eliezer foi acusado de ter entregue a Eike um mapa com as
minas que a Vale descartara, para que o filho as explorasse. Especulação que
nunca seria provada. Eike sempre rejeitou veementemente qualquer insinuação a
esse respeito, argumentando que, em toda a sua carreira, o pai nunca permitira
que ele se aproximasse da Vale.
“Quando Deus resolveu dar dons ao meu pai, deu tudo para
ele. É um homem da renascença. Mas Deus deixou um talento para mim, o de ganhar
dinheiro. Todos os outros ele deu para meu pai”, disse ao documentarista em
2009.
Quando o império montado pelo filho começou a se desfazer,
Eliezer partiu em sua defesa e disse que ele era mal compreendido no país. “É uma
das pessoas mais generosas que conheço. Não tem nada de avarento”, disse.
Meses depois, pediu demissão do Conselho de Administração da
OSX, o estaleiro do grupo agora em recuperação judicial.
Eliezer passou os últimos anos de sua vida dividindo seu tempo
entre a casa no alto do Jardim Botânico, mesmo bairro da zona sul onde mora
Eike, e o escritório no prédio da Firjan, no centro do Rio, onde atuava como
consultor.
No escritório, um CD player tocava sempre peças de Wagner e
de Bach, seus compositores favoritos.
Na casa, de uma “simplicidade escandinava”, como costumava
dizer, tinha a companhia da mulher, a ex-reitora da Universidade de Pelotas
Inguelore Scheunemann, com quem se casou discretamente em um cartório carioca
em setembro de 2009 —os filhos foram avisados depois.
“É muito ruim viver sozinho e sou fã de mulheres, no sentido
amplo”, disse.
Para levar a vida, dizia, usava três antidepressivos: o
riso, uma boa noite de sono e a música.
Nenhum comentário:
Postar um comentário