O ex-governador do Paraná e candidato ao Senado pelo PSDB,
Beto Richa, deixou a prisão no início da madrugada deste sábado (15). Ele
estava preso
desde terça-feira (11) no Regimento da Polícia Montada, no bairro
Tarumã, em Curitiba.
Ele foi solto após decisão
do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, na noite
de sexta-feira (14). A mulher de Beto e ex-secretária estadual, Fernanda Richa,
e outros 13 investigados da Operação Rádio Patrulha também tiveram a liberdade
concedida.
Fernanda e o irmão de Beto, Pepe Richa, que é ex-secretário
estadual, estavam presos no mesmo local e também saíram na madrugada deste
sábado.
Outros 11 presos também foram soltos do Complexo
Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, durante a
madrugada, segundo a direção do Departamento Penitenciário do Paraná
(Depen-PR).
Apenas o ex-chefe de gabinete de Beto Richa, Deonilson
Roldo, continua preso. Ele também tinha um mandado de prisão da 53ª fase da
Operação Lava Jato.
Roldo é
réu na Justiça Federal por fraude a licitação, lavagem de dinheiro
e corrupção passiva. A defesa dele classificou a prisão como desnecessária.
Os 15 investigados tinham sido detidos pelo Grupo de Atuação
Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) suspeitos de envolvimento em
um esquema de superfaturamento de contratos para manutenção de estradas rurais
em troca de propina.
Na saída, Beto Richa se pronunciou, mas não respondeu
perguntas dos repórteres.
O ex-governador disse que o povo do Paraná conhece a
história política dele e da família. Richa se disse cansado, mas garantiu que vai
retormar a campanha ao Senado.
O ex-governador questionou a credibilidade do delator da
operação. "Vale a palavra dele ou a minha palavra?", disse.
Ao concluir a fala, Richa afirmou que entrou no Regimento da
Polícia Montada "como um homem honrado" e sai de lá da mesma forma.
Mais cedo, nesta sexta, a defesa de Beto Richa pediu a
Gilmar Mendes que soltasse
o cliente alegando que o decreto de prisão "é absolutamente
nulo".
Antes da decisão do ministro, o juiz Fernando Fischer havia
convertido as prisões temporárias em preventivas - sem prazo - do
ex-governador e de outros nove investigados na operação considerando haver
risco à ordem pública e à ordem econômica.
Ainda nesta nesta, Beto foi levado a depor no Gaeco,
mas preferiu
ficar calado. Fernanda Richa também prestou depoimento e falou por mais
de uma hora.
Beto é considerado chefe da organização criminosa, diz MP
De acordo com o MP-PR, apura-se o pagamento de propina a
agentes públicos, direcionamento de licitações de empresas, lavagem de dinheiro
e obstrução da Justiça.
Beto Richa é
considerado chefe da organização criminosa, que fraudou uma licitação
de mais de R$ 70 milhões para manutenção das estradas rurais, em 2011, segundo
as investigações.
Fernanda Richa participava da lavagem de dinheiro desviado
no esquema, de acordo com o MP-PR.
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